Todo incêndio estrutural ou em ambiente confinado tende a evoluir por meio de quatro fases distintas e progressivas, as quais se caracte...

Todo incêndio estrutural ou em ambiente confinado tende a evoluir por meio de quatro fases distintas e progressivas, as quais se caracterizam por dinâmicas físico-químicas específicas que modulam a intensidade e o comportamento do fogo:
Fase de Eclosão (ou Ignição Inicial)
Corresponde ao estágio embrionário do incêndio, no qual a reação de combustão é iniciada a partir de uma fonte de ignição suficientemente energética em presença de combustível e comburente. A sustentação dessa fase depende da natureza físico-química, da disposição e da concentração dos materiais combustíveis presentes no ambiente. A transferência de calor ainda é limitada e o fogo está confinado à sua zona de origem.
Fase de Propagação (ou Expansão do Foco)
Caracteriza-se pela intensificação exponencial da atividade combustiva, impulsionada pela transmissão de calor (por condução, convecção e radiação) aos materiais adjacentes. Nesta fase, o incêndio ganha mobilidade e passa a alastrar-se de forma progressiva aos corpos vizinhos, criando múltiplos focos secundários e alterando rapidamente o equilíbrio térmico do ambiente.
Fase de Combustão Generalizada (ou Combustão Plena)
Neste ponto, verifica-se um estado de combustão sustentada e integral de praticamente todos os materiais combustíveis acessíveis no ambiente. A energia térmica gerada é autossuficiente para manter o processo reativo em regime estável. O ambiente atinge temperaturas críticas, frequentemente superiores a 1000°C, e o calor irradiado favorece o fenômeno da ignição súbita generalizada (flashover), caso as condições sejam propícias.
Fase de Declínio (ou Extinção Natural)
Representa o colapso progressivo do incêndio, normalmente decorrente da exaustão dos combustíveis disponíveis ou da dissipação térmica ultrapassar a taxa de geração de calor. A temperatura ambiente começa a decrescer gradualmente até que o ambiente retorne a níveis térmicos compatíveis com a normalidade. Também pode ser induzida por ações de combate externas ou alterações nas condições atmosféricas do local.
Processos de Extinção
As técnicas de combate a incêndios baseiam-se no conhecimento do tetraedro do fogo e consistem na eliminação de um ou mais daqueles quatro fatores:
Dispersão do Combustível: afastando-se o combustível do alcance do fogo ou dividindo-o em focos de incêndio mais pequenos e facilmente extinguíveis;
Efeito de Abafamento ou Asfixia: suprimindo ou limitando o oxigênio (para menos de 14%), o que pode ser feito circunscrevendo o fogo a um espaço, impedindo assim o acesso de oxigénio (asfixia); ou cobrindo os focos com substâncias incombustíveis que impeçam o contato do combustível com o comburente, como por exemplo areia, espuma, etc. (abafamento);
Efeito de Arrefecimento: limitando a temperatura, lançando água sobre o fogo, em jacto ou pulverizada, ou outras substâncias que absorvam o calor desenvolvido;
Efeito de Inibição: por remoção dos radicais livres, ou seja, quebrando a sequência das reações em cadeia, com a projeção sobre o fogo de produtos químicos, pó químico ou halon.