A análise das características de cada uma das fases de evolução de um incêndio em ambiente fechado, levando-se em consideração o nível de ...
A análise das características de cada uma das fases de evolução de um incêndio em ambiente fechado, levando-se em consideração o nível de oxigênio existente, revela a complexidade do comportamento do fogo e a importância crítica do monitoramento contínuo. Compreender essas fases é essencial para o desenvolvimento de estratégias eficazes de combate a incêndios e para a segurança dos ocupantes e dos profissionais envolvidos no resgate e controle do fogo.
Cada fase da evolução de um incêndio em ambiente fechado apresenta desafios únicos e riscos significativos, especialmente quando se considera a variação do nível de oxigênio. O conhecimento detalhado dessas fases e a resposta adequada a cada uma delas são essenciais para a eficácia no combate a incêndios e para a segurança dos ocupantes e dos bombeiros. O monitoramento contínuo e o uso de tecnologias avançadas de detecção e supressão são cruciais para mitigar os efeitos devastadores dos incêndios em ambientes fechados.
Primeira Fase
Início da combustão - porcentagem normal de oxigênio na atmosfera interna (21%).
Início da combustão - porcentagem normal de oxigênio na atmosfera interna (21%).
A - combustão lenta, durante tempo variável de alguns segundos até horas, antes de iniciar a produção de chamas.
B - desprendimento de fumaça aquecida, subindo para as camadas superiores da atmosfera interna, mas perdendo muito calor pela absorção por parte da atmosfera interna e materiais com os quais entra em contato.
C - muito pequena diminuição na porcentagem de oxigênio do ar.
D - pequeno aumento de temperatura da atmosfera interna.
E - os maiores danos são causados pela fumaça.
Segunda Fase
Período de produção de chamas - porcentagem de oxigênio com diminuição de 21% a 15%.
Período de produção de chamas - porcentagem de oxigênio com diminuição de 21% a 15%.
A - rápido aumento da velocidade de combustão e em consequência de consumo do combustível e rápida produção de calor.
B - período de maior extensão do fogo e maior destruição.
C - o calor existente no interior da edificação aumenta rapidamente, aumentando consequentemente o volume dos gases existentes na atmosfera interior. Se estes não puderem sair mais rapidamente que a produção interna de gases, a pressão da atmosfera interna tornar-se-á maior que a externa.
D - esta diferença de pressão é muito pequena, mas poderá ser suficiente para quebrar vidros já enfraquecidos pelo calor.
E - haverá maior concentração de calor nas partes superiores da atmosfera interna e perto do foco principal do fogo.
F - se o fogo não encontrar uma saída para a atmosfera externa, o conteúdo de oxigênio da atmosfera interna decrescerá rapidamente.
G - a produção de volume das chamas diminuem em relação ao decréscimo de oxigênio na atmosfera interna. Aumenta a produção de fumaça.
H - quando o nível de oxigênio atinge 15%, cessa a produção de chamas.
Terceira Fase
Período de combustão abafada (oxigênio a menos de 15%). São muito raros os incêndios que atingem essa fase, e normalmente ocorrem em subsolos ou em prédios de construção resistente ao fogo. A maioria dos incêndios que ocorrem em edificações fechadas, encontra caminho para a atmosfera exterior, por intermédio das janelas de vidro ou dos telhados, durante a segunda fase. A terceira fase caracteriza-se pelo seguinte:
Período de combustão abafada (oxigênio a menos de 15%). São muito raros os incêndios que atingem essa fase, e normalmente ocorrem em subsolos ou em prédios de construção resistente ao fogo. A maioria dos incêndios que ocorrem em edificações fechadas, encontra caminho para a atmosfera exterior, por intermédio das janelas de vidro ou dos telhados, durante a segunda fase. A terceira fase caracteriza-se pelo seguinte:
A - diminuição da velocidade de consumação do combustível e de produção de calor.
B - pequena diminuição de calor da atmosfera interna, devido a absorção por parte de materiais sólidos ainda frios no interior da edificação. Essa perda de calor pode ser suficiente para causar contração no volume da atmosfera interna, podendo fazer sua pressão cair abaixo da externa. Essa diferença de pressão pode ser suficiente para causar a ruptura de vidros de fora para dentro, enfraquecidos pelo calor.
C - se os vidros resistirem, as pressões se equilibram através dos pequenos pontos de contato, entre a atmosfera externa e a interna (vácuos).
D - a atmosfera interna se dispõe em camadas de acordo com o calor, ocupando cômodos superiores com gases mais aquecidos, dentro da área de maior envolvimento.
E - a combustão abafada continuará e a atmosfera interna tornar-se-á pesadamente carregada de fumaça, contendo uma alta porcentagem de monóxido de carbono.
F - a atmosfera interna pode conter combustível suficiente para formar uma mistura inflamável com o ar, havendo, em potencial, possibilidade de explosão.
G - uma edificação nunca é completamente estanque, portanto, certas permutas entre as atmosferas externa e interna podem ocorrer, mesmo nesta terceira fase. Isto favorece o aparecimento de pressões negativas e positivas, devido à contração e expansão da atmosfera interna; fumaça é expelida nos períodos de expansão e dá-se uma entrada de ar nas de contração. Pode haver, portanto, produção intermitente e localizada de chama, perto dos pontos em que o ar penetra. Caso, num determinado momento, o fogo se torne mais forte, poderá provocar nova circulação de ar (dentro do cômodo) e o incêndio retorna à segunda fase (produção ativa de chamas).
FONTE DE REFERÊNCIA
METCI – MANUAL DE ESTRATÉGIA E TÁTICA DE COMBATE A INCÊNDIO
Direitos Autorais: Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo