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Táticas de Busca

A tática compreende a utilização dos diversos recursos necessários, a fim de colocar em prática a estratégia planejada em uma determinad...

A tática compreende a utilização dos diversos recursos necessários, a fim de colocar em prática a estratégia planejada em uma determinada área de busca. Todos os recursos, incluindo aqueles que operam fora da área de busca, se concentram basicamente na detecção de indícios para orientar a operação de busca.

O Descobrimento de Indícios
A partir do momento em que o comandante começa a receber informações (indícios),ordena determinadas ações que têm como objetivo descobrir novas pistas. A busca pode tão somente se resolver procurando os indícios, ao invés de localizar a vítima. A vítima é um gerador de sinais, que continuamente deixa indícios aos grupos de busca que devem captar os sinais. A facilidade para perceber indícios se adquire por meio de treinamento e experiência. Os indícios podem ser de diversas classes, uma equipe de busca pode concentrar-se em um só indício ou receber muitos indícios, que podem ser:

- evidência física: uma pegada, um galho quebrado, um papel de bala;
- informação registrada: registro de viagem , registro de um refúgio ou um cadastro de visitante;
- pessoas: testemunhos, amigos ou parentes; 
- óbvios: gritos de socorro ou visualização da vítima.

Alguns destes sinais são evidentes, contudo, outros só podem ser percebidos por pessoas especialmente treinadas para detectá-los. A busca de indícios é um processo consciente que não acaba até que encontre a vítima. Nunca se deve descartar ou passar por cima de um indício.

Existem algumas classes de descobridores de indícios
- cachorros de busca: cães de caça e cachorro de rastro;
- rastreadores profissionais e pessoas treinadas;
- ajudas mecânicas e eletrônicas: aparelhos de escuta a longa distância; e
- aviação: helicópteros, aviões e satélites.

Cada uma das classes de descobridores de indícios e suas técnicas têm suas vantagens e inconvenientes. Para poder aplicar uma destas técnica com eficácia, é necessário avaliar seus meios de operação e suas necessidades. Por exemplo, é praticamente impossível confiar na ajuda dos cachorros se, anteriormente, uma equipe tenha deixado pegadas na mata.

Busca Binária
Baseia-se na teoria da supressão de zonas de uma área de busca onde não se foram encontrados indícios, sem necessidade de percorrer toda a sua extensão. A teoria de busca binária depende em grande parte da localização de indícios. As equipes de busca devem prestar atenção às pistas enquanto atravessam uma área e concentrar-se na busca de sinais da pessoa perdida nos lugares onde existiam maiores probabilidades de encontrá-los. Para a busca se elege um método de amostras, percorrendo determinadas zonas da área em vez de efetuar uma busca a fundo em que se cubra 99% da área. 

O objetivo desta tática é buscar maiores informações sobre onde e como colocar em marcha o esforço de busca, tentando encontrar a vítima ou identificar algum lugar por onde ela tenha passado. No método de busca binária se estima uma provável rota percorrida ou se começa partindo do ponto onde se viu pela última vez a pessoa perdida. Então a equipe calcula uma série de rotas padrão a serem percorridas com as quais conseguirão interceptar a rota da vítima. Se durante a rota não forem encontrados indícios da pessoa perdida, a área é abandonada. 

Ao utilizar o método binário, é mais conveniente começar a busca em todos os segmentos, em vez de limitar-se a uma rota com maiores probabilidades de êxito. A opção mais aconselhável é um ataque amplo que contenha diversas táticas nas quais as equipes de rastreamento intervenham em toda área, de acordo com as probabilidades estabelecidas para cada uma das seções da área.

Delimitação da Área de Busca
Uma vez determinada a área de busca, o coordenador da operação deve estabelecer um perímetro ao redor da área e da pessoa perdida. O objetivo disto é que a pessoa, caso ela se mova, não possa atravessar o cerco formado pelo grupo de busca sem ser detectada, diminuindo a ampliação da área de busca. Esta técnica não contempla de forma adequada todos os tipos de relevo.

A delimitação é uma forma de busca passiva para limitar a mobilidade da vítima. Deve-se elaborar um plano de buscas preliminar e traçar sobre o mapa as áreas prioritárias. em seguida deve-se enviar os grupos para o local. mediante esta técnica pode-se deixar de rastrear grandes regiões de entorno, partindo da suposições de que a vítima esteja na área delimitada. Qualquer acidente de terreno que possa a impedir ou facilitar o deslocamento, oferece a possibilidade de controlar o movimento do grupo ou da pessoa perdida, até mesmo encontrá-la. Observe-se que esta técnica é de aplicação difícil em áreas de floresta como a da serra do Mar.

Dado que os barrancos, leitos de rios, cristas e pradarias possibilitam um avanço rápido, eles se convertem em recursos lógicos para as vítimas. Pelo contrário, os paredões, a mata fechada, os desfiladeiros e as grandes massas de água dificultam o movimento e constituem posições estratégicas para os grupos de delimitação. A delimitação requer uma resposta de emergência. Deve-se enviar uma equipe de resgate enquanto se segue reunindo os dados e planificando as ações. Não deve esperar até conhecer a maioria dos dados porque se perde o valor real da limitação.

Os limites da zona de busca se ampliam devido ao lapso e tempo transcorrido, por outro lado, existe um argumento contrário que assegura que, à medida que o tempo passa, o sujeito pode ter mais possibilidade de encontrar o caminho de volta. Isto pode ocorrer com frequência, porém há mais casos contrários, e deve-se pressupor que a vítima não poderá orientar-se por si só e que, com o transcorrer do tempo, existe uma crescente possibilidade de que sofra lesões traumáticas ou psicológicas ou ainda lesões provocadas pelas condições ambientais (desidratação, hipotermia).

Assim, a primeira fase da delimitação consiste em determinar as barreiras topográficas e detectar os pontos estratégicos, isto pode ser feito aproveitando a familiaridade com o terreno, mediante o estudo de mapas, por meio das entrevistas ou em voo de reconhecimento. O comandante da operação pode interceptar a vítima enviando equipes que avancem em sua suposta direção. 

Outra técnica de delimitação é a vigilância de posto de observação. O vigilante tem uma posição estratégica, onde pode dominar a área de busca, para encontrar sinais da vítima. os métodos chamativos como fumaça, bastões, luzes, sirene, espelhos, e megafones chamam a atenção da pessoa perdida e são sinalização para os grupos de busca. Podem também ajudar a dirigir o avanço das equipes de busca e proporcionar informes de posição ao posto de comando. Os pontos de vigilância bem escolhidos proporcionam múltiplos serviços durante a busca. esta técnica funciona bem em área de campo, não sendo recomendada para região de floresta.

Nos casos de floresta alta estendem-se cordas entre as árvores (nos possíveis locais de passagem), para delimitar as zonas. Em algumas ocasiões, se colocam etiquetas nas cordas com a descrição “base de busca” e uma seta na direção correspondente. No lugar de uma corda grossa, pode-se instalar uma fita de plástico, e também pedaços de plásticos de diferentes cores atados aos galhos das árvores, junto com os sinais que indiquem a direção de chegar ao posto de comando. Deste modo, estarão adequadamente preparados e equipados para ficar todo o tempo que seja necessário.

Também é possível delimitar zonas com a ajuda de aviões, sendo isso mais utilizado nas buscas rápidas. Os aviões podem sobrevoar grandes áreas de campos em busca de sinais da passagem da vítima, eliminando assim grandes porções da área de busca. As operações de delimitação do terreno só finalizam quando a busca for interrompida por completo.

Outros grupos formados por duas ou três pessoas rastreiam terrenos com grandes probabilidades como cachoeiras, poços de minas ou edificações abandonadas, e percorrem rotas conhecidas ou suspeitas em busca de sinais.

Os rastreadores podem começar a buscar indícios enquanto se estabelecem postos de vigilância em lugares de passagem obrigatórias através da região. Devem controlar estas passagem em buscas de pegadas, principalmente se não dispõe descrição do calçado da vítima. Deve-se anotar e controlar todas as pegadas descobertas, assim se mais tarde descobrir-se que a vítima deixou suas botas de escalar em casa e calçava apenas tênis, este novo indício já estará relacionado. Em áreas muito extensas ou difíceis de percorrer devido à escassez de pessoal ou à dificuldade do terreno, deve-se revisar com frequência estas passagem e trajetos lógicos, no caso dos rastreadores encontrarem sinais antes que a pessoa perdida atravesse a passagem.


FONTE DE REFERÊNCIA 
MBSCVR - MANUAL DE BUSCA E SALVAMENTO EM COBERTURA VEGETAL DE RISCO

Direitos Autorais: Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo