Significa VIDA + SEGURANÇA, e, em um sentido amplo, é conceituada como a vida livre de perigos. A biossegurança pode ser entendida como ...

Significa VIDA + SEGURANÇA, e, em um sentido amplo, é conceituada como a vida livre de perigos. A biossegurança pode ser entendida como o conjunto de medidas que contribuem para a segurança da vida no dia a dia das pessoas (exemplo: cinto de segurança, faixa de pedestres). Assim, as normas de biossegurança englobam todas as medidas que visam evitar riscos físicos (como radiação ou temperatura), ergonômicos (posturais), químicos (substâncias tóxicas), biológicos (agentes infecciosos) e psicológicos (como estresse). Representando a maior preocupação no trabalho de resgate, os riscos biológicos devem ser constantemente combatidos, prioritariamente de forma preventiva.
Doenças Infecto-Contagiosas
São enfermidades causadas por microorganismos (bactérias, vírus ou parasitas) que são transmitidas à outra pessoa através da água, alimentos, ar, sangue, fezes, fluidos corporais (saliva, muco ou vômito) ou ainda, pela picada de insetos transmissores de doenças.
Doenças Infecto-Contagiosas mais Relevantes para o Serviço de Resgate
São aquelas que apresentam alto risco de transmissão, tanto para os profissionais de saúde quanto para as vítimas, em situações de emergência, como acidentes, catástrofes ou surtos. Essas doenças podem ser transmitidas por contato direto, aéreo, ou até por vetores, e os profissionais de resgate devem estar atentos às formas de prevenção, uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e protocolos específicos.
Aqui estão algumas das doenças infecto-contagiosas mais relevantes para os serviços de resgate:
SIDA (AIDS), infecção por HIV;
Hepatite A;
Hepatite B;
Hepatite C;
Tuberculose;
Doenças Menigocócicas (meningite);
Cólera;
Rubéola (especialmente para o sexo feminino);
Leptospirose;
Febre amarela;
Febre tifóide e Sarampo.
Hepatite A;
Hepatite B;
Hepatite C;
Tuberculose;
Doenças Menigocócicas (meningite);
Cólera;
Rubéola (especialmente para o sexo feminino);
Leptospirose;
Febre amarela;
Febre tifóide e Sarampo.
Em qualquer situação de resgate, a prevenção é a chave para evitar a transmissão de doenças infecto-contagiosas. Os profissionais de resgate devem estar equipados com EPIs adequados e seguir protocolos rigorosos de controle de infecção para proteger tanto a si mesmos quanto as vítimas. A educação contínua, o treinamento em técnicas de prevenção e o uso de medidas adequadas de segurança são essenciais para minimizar riscos durante o atendimento de emergência.
Cadeia Epidemiológica
É o fluxo organizado das doenças transmissíveis, ou seja, é a forma com que as doenças desenvolvem-se e são transmitidas. O princípio para realização do controle da infecção está na quebra desse fluxo organizado. Pode ser mais bem compreendido pelo seguinte esquema:
- Agente Infeccioso (bactérias, protozoários, bacilos, parasitas, vírus, fungos)
- Fonte de Infecção (homem ou animal) (homem doente ou portador ou animais doentes)
- Transmissão (porta de entrada ou porta de saída)
- Suscetível Fonte de Infecção (homem ou animal)
Objetivando o controle de infecção, algumas medidas devem ser adotadas para uma atuação eficaz de biossegurança. São elas: programa de imunização, precauções padrão, educação sanitária, uso de equipamentos de proteção individual e local próprio e equipado com rotinas para descontaminação, limpeza e desinfecção de materiais e viaturas. Caso as medidas preventivas falhem e haja exposição do socorrista a um risco biológico, imediatamente deve ser seguido o procedimento operacional padrão para Conduta Pós-Exposição.
Transmissão das Doenças Infecto-Contagiosas
Refere-se ao processo pelo qual microrganismos patogênicos (como bactérias, vírus, fungos e parasitas) são espalhados de uma pessoa para outra ou de um ambiente para um hospedeiro, causando infecções. Esse processo pode ocorrer de várias formas, dependendo do tipo de agente causador e das condições do ambiente. Abaixo estão as principais formas de transmissão das doenças infecto-contagiosas:
Transmissão por Contato Direto
Ocorre quando uma pessoa infectada entra em contato direto com outra. Exemplos incluem:
- Toques de pele: Aperto de mãos, abraço ou beijo.
- Transmissão sexual: Durante relações sexuais desprotegidas.
- Contato com secreções corporais: Como suor, secreções genitais, sangue ou saliva.
Transmissão por Contato Indireto
Ocorre quando o agente patogênico é transferido por objetos contaminados. Exemplos incluem:
- Superfícies contaminadas: Como maçanetas, toalhas ou utensílios compartilhados.
- Instrumentos médicos não esterilizados: Agulhas, bisturis, entre outros.
Transmissão Aérea
Ocorre quando microrganismos patogênicos são liberados no ar, sendo inalados por uma pessoa saudável. Exemplos incluem:
- Gotículas de saliva: Exaladas ao tossir, espirrar ou falar (ex: gripe, COVID-19).
- Aerossois: Partículas menores que ficam suspensas no ar por mais tempo, como no caso da tuberculose.
Transmissão Fecal-Oral
A transmissão ocorre quando uma pessoa ingere alimentos ou água contaminados com fezes infectadas. Exemplos incluem:
- Contaminação de alimentos: Por falta de higiene no preparo ou armazenamento.
- Água contaminada: Bebida de fontes não tratadas.
Transmissão Vertical
Ocorre de uma mãe para o filho, seja durante a gestação, o parto ou a amamentação. Exemplos incluem:
- Transmissão intrauterina: Como no caso da sífilis ou HIV.
- Durante o parto: Como a transmissão de hepatite B ou HIV.
- Amamentação: O HIV pode ser transmitido pelo leite materno.
Transmissão por Vetores
Algumas doenças são transmitidas por animais, insetos ou outros vetores. Exemplos incluem:
- Mosquitos: Como no caso da malária, dengue, zika e chikungunya.
- Carrapatos: Que podem transmitir a febre maculosa.
Transmissão por Contaminação Alimentar
Ocorre quando alimentos são contaminados com microrganismos patogênicos, resultando em infecções gastrointestinais. Exemplos incluem:
- Alimentos mal cozidos ou contaminados: Como carne crua ou leite não pasteurizado.
Transmissão por Picadas ou Mordidas
Alguns microrganismos podem ser transmitidos por mordidas de animais ou picadas de insetos, como o caso da raiva transmitida por animais infectados.
Fatores que Influenciam a Transmissão
- Estado de saúde do indivíduo: Pessoas com o sistema imunológico enfraquecido podem ser mais suscetíveis.
- Condições sanitárias e de higiene: Ambientes inadequados e falta de higiene facilitam a propagação de doenças.
- Comportamento humano: Hábitos como o compartilhamento de objetos pessoais ou a falta de uso de proteção, como preservativos, podem aumentar o risco de transmissão.
A compreensão da transmissão das doenças infecto-contagiosas é crucial para a implementação de medidas de controle e prevenção, especialmente em contextos de surtos ou pandemias.
Principais Formas de Contágio no Atendimento de Resgate
- Contaminação das mãos do socorrista no contato direto com rádio de comunicação, maçanetas, alça de sacola de PS, puxadores de portas, macas e pêra de esfigmomanômetro, contaminados;
- Exposição direta dos olhos, boca e mãos do socorrista às secreções da vítima;
- Inalação de vírus e bactérias no ambiente onde a vítima se encontra;
- Acidente com agulhas contaminadas no interior de viatura (USA – UR); e
- Inobservância de normas de biossegurança durante o próprio processo de descontaminação dos materiais.
- Exposição direta dos olhos, boca e mãos do socorrista às secreções da vítima;
- Inalação de vírus e bactérias no ambiente onde a vítima se encontra;
- Acidente com agulhas contaminadas no interior de viatura (USA – UR); e
- Inobservância de normas de biossegurança durante o próprio processo de descontaminação dos materiais.
Sinais e Sintomas
Dependem do tipo de enfermidade. Algumas vítimas de doenças infecto-contagiosas não apresentam sinais ou sintomas evidentes ou observáveis. De qualquer forma, procure atendimento médico se um ou mais sinais e sintomas abaixo relacionados, forem observados após atendimento de ocorrência de resgate:
Febre;
Sudorese;
Vômitos, náuseas, diarréia;
Alteração de coloração na pele;
Cefaléia (dor de cabeça);
Tosse e dificuldade respiratória; e
Mal estar geral.
Febre;
Sudorese;
Vômitos, náuseas, diarréia;
Alteração de coloração na pele;
Cefaléia (dor de cabeça);
Tosse e dificuldade respiratória; e
Mal estar geral.
FONTE DE REFERÊNCIA
MANUAL DE RESGATE E EMERGÊNCIAS MÉDICAS (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO)