É o equipamento de combate a incêndio, constituído de um duto flexível dotado de juntas de união, destinado a conduzir água sob pressão....
É o equipamento de combate a incêndio, constituído de um duto flexível dotado de juntas de união, destinado a conduzir água sob pressão. O revestimento interno do duto é um tubo de borracha que impermeabiliza a mangueira, evitando que a água saia do seu interior. É vulcanizada em uma capa de fibra. A capa do duto flexível é uma lona, confeccionada de fibras naturais ou sintéticas, que permite à mangueira suportar alta pressão de trabalho, tração e as difíceis condições do serviço de bombeiro. Juntas de união são peças metálicas, fixadas nas extremidades das mangueiras, que servem para unir lances entre si ou ligá-los a outros equipamentos hidráulicos, após serem feitos os encaixes.
O Corpo de Bombeiros adota como padrão as juntas de união de engate rápido tipo storz. Empatação de mangueira é o nome dado à fixação, sob pressão, da junta de união de engate rápido no duto. Lance de mangueira é a fração de mangueira que vai de uma a outra junta de união. Por conveniência de manuseio, transporte e combate a incêndio, o lance padrão do Corpo de Bombeiros é de 15 metros.
Linha de mangueira é o conjunto de mangueiras acopladas, formando um sistema para conduzir a água.
Classificação de Mangueiras
As mangueiras de incêndio podem ser classificadas de três formas:
1 - Quanto às Fibras de que São Feitas as Lonas
As mangueiras podem ser de fibras naturais ou fibras sintéticas. As fibras naturais são oriundas de vegetais. As sintéticas são fabricadas na indústria, a partir de substâncias químicas. As fibras sintéticas apresentam diversas vantagens sobre as naturais, tais como: peso reduzido, maior resistência à pressão, ausência de fungos, manutenção mais fácil, baixa absorção de água, etc. Pelos motivos acima, são normalmente utilizadas pelo Corpo de Bombeiros.
2 - Quanto à Disposição das Lonas
As mangueiras podem ser classificadas quanto à disposição das lonas em mangueiras de lona simples, de lona dupla e de lona revestida por material sintético. As mangueiras do tipo lona simples são constituídas de um tubo de borracha, envolvido por uma camada têxtil, que forma a lona.
As mangueiras do tipo lona dupla são constituídas de um tubo de borracha envolvido por duas camadas têxteis sobrepostas.
As mangueiras do tipo lona revestida por material sintético são constituídas de um tubo de borracha, envolvido por uma ou duas camadas têxteis revestidas externamente por material sintético. Esse tipo de material permite à mangueira ter maior resistência aos efeitos destrutivos de ácidos, graxas, abrasivos e outros agentes agressores.
3 - Quanto ao Diâmetro
As mangueiras classificam-se também quanto ao seu diâmetro, sendo normalmente utilizadas pelo Corpo de Bombeiros as de 38, 63, 75 e 100mm.
CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO
Antes do Uso Operacional
- As mangueiras novas devem ser retiradas da embalagem de fábrica, armazenadas em local arejado, livre de umidade e mofo e protegidas da exposição direta de raios solares. Devem ser guardadas em prateleiras apropriadas e acondicionadas em espiral.
- Os lances acondicionados por muito tempo (mais que 3 meses), sem manuseio, em veículos, abrigos de hidrantes ou prateleiras, devem ser substituídos ou novamente acondicionados, de modo a evitar a formação de vincos nos pontos de dobra (que diminuem sensivelmente a resistência das mangueiras).
- Deve-se testar as juntas de engate rápido antes da distribuição das mangueiras para o uso operacional, através de acoplamento com outras juntas.
- Lembrar que as mangueiras foram submetidas a todos os testes necessários para seu uso seguro, quando do recebimento, após a compra.
Durante o Uso Operacional
- As mangueiras de incêndio não devem ser arrastadas sobre superfícies ásperas: entulho, quinas de paredes, bordas de janela, telhado ou muros, principalmente quando cheias de água, pois o atrito ocasiona maior desgaste e cortes da lona na mangueira.
- Não devem ser colocadas em contato com superfícies excessivamente aquecidas, pois, com o calor, as fibras derretem e a mangueira poderá romper-se.
- Não devem entrar em contato com substâncias que possam atacar o duto da mangueira, tais como: derivados de petróleo, ácidos, etc.
- As juntas de engate rápido não devem sofrer qualquer impacto, pois isto pode impedir seu perfeito acoplamento.
- Devem ser usadas as passagens de nível para impedir que veículos passem sobre a mangueira, ocasionando interrupção do fluxo d’água, e golpes de aríete, que podem danificar as mangueiras e outros equipamentos hidráulicos, além de dobrar, prejudicialmente, o duto interno.
- As mangueiras sob pressão devem ser dispostas de modo a formarem seios e nunca ângulos (que diminuem o fluxo normal de água e podem danificar as mangueiras).
- Evitar mudanças bruscas de pressão interna, provocadas pelo fechamento rápido de expedições ou esguichos. Mudanças bruscas de pressão interna podem danificar mangueiras e outros equipamentos.
Após o Uso Operacional
- Ao serem recolhidas, as mangueiras devem sofrer rigorosa inspeção visual na lona e juntas de união. As reprovadas devem ser separadas.
- As mangueiras aprovadas, se necessário, serão lavadas com água pura e escova de cerdas macias.
- Nas mangueiras atingidas por óleo, graxa, ácidos ou outros agentes, admite-se o emprego de água morna, sabão neutro ou produto recomendado pelo fabricante.
- Após a lavagem, as mangueiras devem ser colocadas para secar. Podem ser suspensas por uma das juntas de união ou por uma dobra no meio, ficando as juntas de união para baixo, ou ainda estendidas em plano inclinado, sempre à sombra e em local ventilado. Pode-se ainda utilizar um estrado de secagem.
- Depois de completamente secas, devem ser armazenadas com os cuidados anteriormente descritos.
FONTE DE REFERÊNCIA
MF – MANUAL DE FUNDAMENTOS DO CORPO DE BOMBEIROS
Direitos Autorais: Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo