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Rescaldo

Entende-se por rescaldo o conjunto das operações necessárias para completar a extinção, impedir a reignição e colocar o local em condiçõ...

Entende-se por rescaldo o conjunto das operações necessárias para completar a extinção, impedir a reignição e colocar o local em condições de segurança. É a fase final do combate ao fogo e apresenta grande importância para a imagem do Corpo de Bombeiros. As operações de rescaldo e as de proteção de salvados estão intimamente ligadas e caminham juntas até certo ponto. Para a execução completa destas duas operações, os bombeiros despendem trabalho e tempo consideráveis, pois o serviço é árduo, difícil e moroso, mas nunca deve ser omitido ou executado com descaso. 

É importante destacar que para o desenvolvimento destas operações de rescaldo e de proteção de salvados, o comandante da emergência deve adotar um estilo de liderança diferente do que vinha adotando até então no “calor” da ocorrência, quando o incêndio ainda não estava extinto ou mesmo sob controle.

Elaboração de uma Operação de Rescaldo
Ao efetuar a análise da situação para montar uma operação de rescaldo, o comandante da emergência deve considerar os seguintes fatores:
1 - Condições estruturais da edificação: a fim de prevenir perigos ao pessoal empenhado no serviço de proteção e rescaldo.

2 - Principais ações iniciais: quais as ações que deve colocar em prática para extinguir os focos remanescentes do incêndio, impedindo que possa ocorrer a reignição.

3 - Ponto de origem do incêndio e fonte de ignição: se for possível determinar, pois é bem provável que uma eventual reignição possa partir deste local.

4 - Problemas com indícios de incendiários: quando houver indícios de incendiários, devem ser tiradas fotografias antes da remoção dos materiais. Deve-se tomar todas as precauções na busca e preservação dos indícios de incêndio criminoso.

5 - Remanejar os materiais: como devem ser manejados os materiais restantes e onde devem ser colocados.

6 - Material de construção danificado: paredes ou outras estruturas danificadas que possam representar uma ameaça à vida ou causar prejuízos às propriedades vizinhas, ou ainda, ser causa de futuros incêndios. Deve-se verificar o que pode ser feito para evitar tais perigos.

7 - Condições de perigo apresentado pela edificação: quais as ações que devem ser postas em prática para corrigir outras condições perigosas existentes na edificação, tais como pisos encharcados ou escorregadios, vidros quebrados em portas e janelas, buracos em pisos, aberturas verticais, etc.

8 - Meios de realizar a operação: tempo e pessoal necessário para completar a tarefa. Ajuda que deve ser solicitada da direção e dos empregados da firma, exceto quando se tratar de residências ou apartamentos.

Uma vez extinto o foco principal do incêndio (extinção), as linhas de mangueiras de 2 1⁄2” que estavam sendo usadas devem ser substituídas por linhas de 1 1⁄2” ou mangotinhos (1” ou 3⁄4). Todo cuidado é pouco para evitar que na fase do rescaldo sejam causados quaisquer danos ao material. Os detritos em que ainda há fogo abafado não devem ser inundados com água. 

Os objetos maiores devem ser removidos e mergulhados em uma vasilha com água. Mobília estofada, colchões, etc, devem ser removidos para fora da edificação e então se proceder à extinção do fogo que ainda possuam em seu interior. Objetos e artigos em boas condições ou parcialmente queimados devem ser retirados dos detritos e colocados em lugar seguro. 

Artigos que aparentemente não têm mais valor podem ser bastante úteis na elaboração do levantamento dos prejuízos. Quando se tratar de incêndios em algodão em fardos, papel ou materiais similares, em que o fogo já penetrou profundamente, a “água molhada32” presta um grande auxílio. No rescaldo de residências ou prédios de apartamentos, mangotinhos com esguichos de neblina e jato sólido (reguláveis) representam o melhor tipo de equipamento a ser empregado.

Ações que devem ser Adotadas em Situações de Rescaldo
Em síntese, nas situações de rescaldo devem ser adotadas as seguintes ações:
a) Montar ação imediata para completar a extinção do incêndio remanescente.
b) Inspecionar todos os caminhos através dos quais o fogo possa ter propagado.
c) Verificar todos os espaços fechados.
d) Remover vidros quebrados das portas, janelas, clarabóias, etc.
e) Procurar e preservar quaisquer indícios de incêndio criminoso.
f) Verificar o prédio e seu conteúdo, acompanhado do proprietário ou um seu representante autorizado, para constatar se há razões para acreditar que alguém tenha entrado no prédio antes do incêndio, sinais de roubo e mesmo para verificar as condições do patrimônio após o incêndio.
g) Se o sistema de instalação elétrica foi danificado, a corrente deve ser cortada, desligando-se a chave geral. É aconselhável o comparecimento da Companhia fornecedora de energia elétrica para cortar o fornecimento e regularizá-lo quando a instalação estiver em condições.
h) Se a edificação for abastecida com gás e o sistema for danificado, fechar o controle de entrada.
i) Eliminar as condições perigosas existentes na edificação, ou colocar avisos adequados antes de devolver o prédio a seu proprietário ou ocupantes.
j) Quando o prédio for protegido por “sprinklers”, os bicos fundidos devem ser recolocados e o sistema deve ser posto em condições de funcionamento o quanto antes.
l) Advertir o proprietário e ocupantes da edificação sobre outros perigos porventura existentes e recomendar as precauções necessárias.
m) Obter os necessários informes para os relatórios.
n) Entregar a edificação e seu conteúdo aos respectivos proprietários, representantes autorizados ou autoridades policiais competentes.


FONTE DE REFERÊNCIA
METCI – MANUAL DE ESTRATÉGIA E TÁTICA DE COMBATE A INCÊNDIO

Direitos Autorais: Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo