Page Nav

HIDE

Grid

GRID_STYLE

Classic Header

{fbt_classic_header}

Top Ad

Breaking News

latest

Procedimentos Iniciais na Fase de Socorro

Assim que o COBOM recebe os primeiros comunicados sobre um incêndio, uma sequência rigorosa e coordenada de ações é imediatamente inicia...

Assim que o COBOM recebe os primeiros comunicados sobre um incêndio, uma sequência rigorosa e coordenada de ações é imediatamente iniciada. Este processo começa com a coleta e análise meticulosa de todas as informações disponíveis, desde a localização exata do incidente até a natureza e gravidade das chamas, bem como quaisquer riscos adicionais presentes no cenário, como materiais inflamáveis ou presença de pessoas em perigo.

Essas informações cruciais são então retransmitidas de forma ágil e precisa para a guarnição de socorro designada, garantindo que os bombeiros cheguem ao local com uma compreensão clara e abrangente da situação. Munidos desses dados, os membros da guarnição podem iniciar seus procedimentos operacionais padrão, que envolvem a avaliação inicial do cenário ao chegar, a determinação das estratégias de combate ao fogo mais adequadas, a implementação de medidas de segurança para proteger tanto os civis quanto os próprios bombeiros, e a coordenação com outras equipes de emergência que possam estar envolvidas.

A eficiência desse processo inicial é fundamental para o sucesso das operações de combate ao incêndio e resgate, refletindo a importância de uma comunicação rápida, clara e eficiente entre o COBOM e a guarnição de socorro. Dessa forma, o trabalho dos bombeiros não apenas se inicia, mas se sustenta em uma base de informações precisas e bem disseminadas, permitindo uma resposta rápida e eficaz às emergências.

Deslocamento para o Local do Combate a Incêndio em Habitação Precária
Além do preconizado nos procedimentos operacionais padrão de deslocamento, a equipe, de modo geral, e o motorista e o comandante da guarnição, em particular, deverão considerar as peculiaridades do incêndio em habitação precária. Todos são responsáveis pela própria segurança e essa operação se reveste de riscos. Como exemplo, de nada adiantará se acontecer um acidente devido à velocidade da viatura estar incompatível com a segurança da via, pois o socorro não chegará. 

O prévio conhecimento da área de atuação do Posto de Bombeiros e das principais vias de acesso ao núcleo de submoradias darão à equipe de bombeiros a desenvoltura suficiente para atuar com eficiência e sem perda de tempo.  

Estacionamento da Viatura e Sinalização
As guarnições deverão estacionar em locais que permitam manobras para abastecimento, socorro de vítimas, inclusive evitando as ruas internas, pois a rápida propagação pode avançar de encontro a cercar as viaturas. Desta forma, as viaturas deverão ser posicionadas conforme o PPI específico para a localidade ou POP26 de estacionamento de viaturas.

Independente da extensão do incêndio, mas conhecendo as características do núcleo de submoradias, o Comandante deve considerar os seguintes aspectos reservar o local para estacionar viaturas:

1) Segurança
Devem estar estacionadas a mais de 15 metros de distância do local e preferencialmente do lado oposto ao sinistro e a favor do vento. As edificações construídas basicamente de madeira, plásticos e papelão, terão um fogo queimando ao ar livre, devido à abundância de oxigênio, e tenderá a apresentar grandes labaredas que, pelo processo de projeção, poderá lançar chamas contra a viatura, razão pela qual a escolha do local de estacionamento deve receber a prioridade do comandante. 

Embora exista o risco de explosão, geralmente o botijão de GLP existente na habitação precária acaba tendo rompido o lacre de segurança e se comporta como um maçarico até esgotar seu volume. Este é um risco que deve ser considerado quando da escolha de um local de estacionamento. 

A sinalização do local de estacionamento das viaturas deve ter como referencial a velocidade desenvolvida pelos veículos naquele ponto, sendo certo que quanto maior for a velocidade, maior deverá ser a distância de sinalização. Durante o combate a incêndio em edificação precária, a sinalização deve ser tomada com objetivo de proteger a equipe que estiver atuando e preservando os materiais, equipamentos e viaturas.  

Nunca é demais lembrar que, para maior segurança, ao estacionar uma viatura, as rodas traseiras devem estar com calços bem ajustados aos pneumáticos, pois é comum a irregularidade dos terrenos em que se assentam núcleos de submoradias.

2) Apoio de outras Viaturas
O comandante deve escolher o local de estacionamento das viaturas prevendo os apoios que irá receber de outras viaturas, principalmente aquelas que trarão água para abastecer as viaturas que recalcam água para as linhas de mangueiras. 

As viaturas Auto-Bomba deverão posicionar-se de modo a facilitar o sistema de reabastecimento em rodízio pelas viaturas Auto-Tanque ou o emprego de tanques desmontáveis. Se houver hidrante próximo, tais viaturas deverão, também, ser abastecidas por ele. 

Igualmente, em sendo o incêndio de média ou grande proporção, haverá o aporte de várias viaturas ao local, inclusive o apoio de viaturas com plataformas elevatórias. Caberá ao Comandante posicionar as viaturas de apoio de forma a propiciar o melhor aproveitamento no combate ao incêndio.

Se o posto de comando for estabelecido em viatura, deve ser analisado o melhor local próximo à emergência e de forma segura para não oferecer riscos às autoridades, à imprensa, aos chefes e comandantes de outros órgãos de apoio que por ventura e invariavelmente se deslocam ao local da ocorrência.

3) Sinalização
Para a sinalização do local, as guarnições devem fazer uso de lanternas, pisca alerta da viatura, cones, fitas zebradas em amarelo e preto, cabos de isolamento, etc. Durante a fase de estacionamento das viaturas é possível passar informações sobre a ocorrência, tais como o volume de fogo, a existência de vítimas e a necessidade de apoio.  

Normalmente, os atendimentos em núcleos de submoradias, requerem o acionamento de viaturas de trânsito e do policiamento de área para o local, pois é comum ocorrerem problemas com o fluxo de veículos e com populares que no intuito de auxiliarem acabam prejudicando a ação dos Bombeiros. 

A eles, especialistas na área de sinalização e fiscalização do trânsito, devem ser atribuídas as responsabilidades sobre o controle do tráfego na área. Quando possível, o isolamento dos acessos ao local facilitará o trabalho dos bombeiros e preservará a segurança de terceiros

Posto de Comando (SICOE)
Antes do início das operações, deverá ser estabelecido o Posto de Comando, conforme modelo fornecido pelo SICOE, o qual deverá ser mantido durante toda a operação. 

Segurança do Local
Concomitantemente ao do Posto de Comando, deve ser analisada e estabelecida a segurança, tendo em vista a densidade populacional do local. Apesar de o atendimento da emergência ser a principal preocupação das guarnições de bombeiros, em algumas localidades há moradias que são usadas como esconderijo de meliantes e quadrilhas e como depósito de produtos provenientes de crime. 

Dentre tais produtos, deve ser objeto de preocupação o acondicionamento de narcóticos e munição para arma de fogo, os quais representam grande perigo às guarnições, tanto pela tentativa de resgate desses produtos, quanto pela real exposição às chamas. 

As substâncias narcóticas fatalmente expelirão substâncias nocivas que, se inaladas por bombeiros ou qualquer morador, acarretará sérios distúrbios neurológicos. Já as munições poderão entrar em combustão expelindo projéteis pelas imediações.  

Atentar para que haja a presença de rádio patrulhamento e tomar medidas para controle dos equipamentos e dos materiais das guarnições, bem como obrigar que todos os bombeiros atuem no mínimo em duplas e ambos equipados com EPI e EPR. 

O Comandante deverá designar um bombeiro com o objetivo de controlar a saída e o uso de materiais hidráulicos e seus acessórios, EPI, rádios portáteis, escadas, viaturas, armamento, etc. As guarnições deverão atentar para possíveis ocorrências de tumulto das pessoas que tentam salvar seus pertences. Neste caso área deverá ser isolada e deve ser solicitada a intervenção do policiamento da área para o controle do acesso de pessoas estranhas à emergência. 

Outra preocupação das guarnições é em relação aos riscos peculiares existentes na localidade. Fossas e córregos onde o bombeiro pode cair, choques elétricos, principalmente devido a clandestinidade das ligações elétrica, colapso estrutural de viadutos (quando da existência da favela sob viadutos), depósitos clandestinos de GLP no interior da favela, bem como a existência de botijões nos barracos (possibilidade de risco de “Bleve”). 

No caso de o acesso das guarnições ao local estiver impedido, devido a ações criminais, o policiamento deverá controlar as ações ilegais para que as guarnições de bombeiros possam trabalhar em segurança. Pedir informações aos P-2 dos Batalhões de área com relação às ações criminosas nas favelas.

O emprego de viatura dotada de plataforma elevatória é recomendado quando a extensão do fogo atingiu mais de quatro moradias e o acesso tornou-se difícil aos bombeiros. Deve ser previsto ininterrupto abastecimento de água para a viatura, haja vista a pequena quantidade de água que transporta. O abastecimento de viatura por hidrante é o mais indicado em qualquer tipo de incêndio, porém, em muitas localidades há uma carência de hidrantes urbanos e fontes alternativas de água; isto deve ser objeto de análise e decisão imediata do Comandante da guarnição.


FONTE DE REFERÊNCIA
MCIHP – MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO EM HABITAÇÃO PRECÁRIA

Direitos Autorais: Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo