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Procedimentos durante o Combate ao Incêndio

Durante o combate a um incêndio, é imperativo que o comandante da guarnição adote uma abordagem meticulosa e estratégica, priorizando su...

Durante o combate a um incêndio, é imperativo que o comandante da guarnição adote uma abordagem meticulosa e estratégica, priorizando suas ações com base no Sistema de Comando em Emergência e Resposta (SICER). Este sistema, que serve como uma estrutura organizacional essencial para a gestão de emergências, permite uma coordenação eficaz e a tomada de decisões informadas em cenários de alta pressão. O SICER estabelece uma cadeia de comando clara, define responsabilidades específicas e facilita a comunicação entre diferentes unidades operacionais e táticas envolvidas na resposta ao incêndio.

Ao seguir os princípios do SICER, o comandante pode assegurar que todos os recursos disponíveis são utilizados de maneira eficiente, minimizando riscos e maximizando a eficácia das operações de combate ao incêndio. Isso inclui a alocação judiciosa de pessoal e equipamentos, a implementação de táticas de combate adaptadas às condições específicas do incêndio e a manutenção de uma vigilância constante sobre a evolução da situação.

Além disso, o uso do SICER permite que o comandante ajuste rapidamente suas estratégias em resposta a mudanças inesperadas, como variações na intensidade do fogo, alterações nas condições climáticas e a necessidade de evacuações urgentes. A priorização baseada no SICER também facilita a integração de esforços entre múltiplas agências e serviços de emergência, promovendo uma resposta coordenada e harmoniosa que é fundamental para a segurança e a proteção de vidas e propriedades durante um incidente de incêndio.

A aplicação rigorosa do SICER pelo comandante da guarnição não só garante uma resposta mais organizada e eficaz ao incêndio, mas também reforça a resiliência e a capacidade de recuperação da comunidade afetada.

Análise da Situação
Inicia-se nas ações a partir do atendimento do telefone “193”. Ao receber a solicitação, o atendente do Centro de Operações coletará todos os dados necessários para a definição do tipo de socorro a ser despachado. 

O tempo de percurso até o local da ocorrência deve ser utilizado para refletir sobre a situação provável com que poderá se deparar, conferência dos equipamentos de proteção individual e respiratórios, e solicitar outras informações ao COBOM acerca do local, que permita efetuar uma análise de situação preliminar.

Durante o trajeto, os Comandantes das Guarnições deverão visualizar as ações que serão tomadas de acordo com o Plano Particular de Intervenção estabelecido para a localidade, se houver, somadas as informações obtidas pelo COBOM e obedecida a seguinte sequência de análise pelo Comandante de guarnição de maior grau hierárquico sobre os demais:
1) Localização do núcleo de submoradias;
2) Quantidade de habitações atingidas;
3) Número de vítimas declaradas a socorrer e possíveis vítimas perdidas;
4) Material disponível nas viaturas;
5) Posicionamento do Posto de Comando (SICOE);
6) Estacionamento das viaturas;
7) Distribuição das guarnições;
8) Distribuição dos materiais de comunicações; e
9) Esquema tático de ataque a ser empregado.

Uma vez no local, o Comandante da Guarnição deverá, acompanhado de pelo menos um auxiliar, iniciar um rápido reconhecimento do local, onde serão observados a existência de vidas em perigo, material que está em combustão, área atingida, risco de explosão, possibilidade de propagação, volume do fogo, vias de acesso para o núcleo de submoradias e outros riscos possíveis e tomar a decisão sobre a estratégia a adotar: 

O Comandante da Guarnição deverá colher o maior número de dados possíveis junto aos residentes nas habitações precárias com referência à ocorrência. Tais informações podem ser imprescindíveis para orientar os bombeiros no combate ao fogo. Como exemplo, pode haver submoradias que armazenam produtos inflamáveis ou químicos que, se desconhecidos dos bombeiros, colocará em risco a vida da equipe. O Comandante pode decidir em adotar uma estratégia ofensiva ou defensiva e seja qual for a decisão adotada pelo Comandante, deve ser transmitida à tropa de forma clara e firme.

A análise da situação dará condições de desenvolver um panorama do local, permitindo avaliar a localização da emergência, sua distância em relação às casas vizinhas, espaços livres e arredores, aspecto físico do terreno, como são as instalações de fios elétricos e a rede pública de água, número de pessoas atingidas pelo fogo e o risco aos vizinhos, meios de propagação, risco de colapso de estruturas das habitações precárias, condições atmosféricas e recursos humanos e materiais disponíveis para fazer frente ao incêndio no núcleo de submoradias. 

Examinados os riscos que o combate ao incêndio oferece, bem como os meios disponíveis para controlá-lo, o Comandante da Guarnição deverá decidir acerca das metas da intervenção da equipe e as ações que deverão por em prática para alcançá-las. Como em qualquer trabalho de bombeiros, as ordens devem ser dadas de maneira clara e objetiva, sempre em conformidade com a execução das atividades rotineiramente treinadas, simuladas e determinadas no “Armar Geral” e no Plano Particular de Intervenção, quando houver. 

É importante analisar a ventilação e a direção do vento para definir a aplicação da tática que melhor amenizará os efeitos da propagação do incêndio e definir as ações para proteção de salvados. Em continuidade avalia os meios necessários à operação de combate ao fogo. Para facilitar o emprego tático das guarnições a ordem cronológica de atuação deverá ser o já conhecido “SICER”.

Após o salvamento, a prioridade deverá ser dada para o isolamento e confinamento, evitando-se a rápida propagação do fogo para os demais barracos. Especial atenção também deverá ser dada ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e de Equipamentos de Proteção Respiratória (EPR) por todos os componentes das Guarnições, evitando-se a ocorrência de acidentes com bombeiros.

É conveniente lembrar que a carga incêndio é genericamente alta, composta por grande quantidade produtos a base de celulose (madeira, madeirite, papelão e papel), de plásticos diversos e variadas espécies de combustíveis, aqui se destacando o uso de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP). Os materiais combustíveis como os derivados de PVC, polietileno, polipropileno, entre tantos polímeros, favorecem a emanação de gases altamente tóxicos.

Salvamento e Resgate
É missão primordial do serviço de bombeiros preservar a vida e a integridade física das pessoas. Nesse contexto, uma das mais importantes fases táticas do SICER é a do salvamento de pessoas. As atividades de salvamento e resgate dividem-se em duas fases: a primeira, diz respeito à atividade de penetração e exploração do local para localizar e socorrer as vítimas, conduzindo-as à área fria. Tal fase é executada pelas guarnições de Unidades de Resgate e de salvamento (ABS); A fase seguinte refere-se ao pronto atendimento às vítimas socorridas à área fria que pode ser conduzida com o apoio de médicos e enfermeiros do serviço público de saúde ou particular, sob a coordenação do Comandante de Operações.  

O comandante deverá analisar, em decorrência com os números de vítimas atingidas, se deve ou não estabelecer o Posto Médico Avançado. Durante a fase de penetração e exploração, a equipe de bombeiros deve atentar que edificações de madeira, por exemplo, não oferecerão abrigo aos seus ocupantes, de modo que a exploração, com vistas a vítimas e pessoas perdidas no meio do incêndio, deve ser executada da forma mais rápida quanto for possível.

Todo Bombeiro deve estar equipado com EPI, EPR e utilizar uma linha de mangueira como proteção para penetrar e explorar o local. Nenhuma progressão deve ser realizada sem o cabo guia e o rádio transceptor portátil (HT) e muito menos estando sozinho. 

Ao localizar uma vítima no interior da moradia, os bombeiros farão a retirada do sinistrado para a zona fria, de acordo com procedimentos operacionais padrão de resgate, onde poderá ser montado um ponto para o atendimento médico básico de urgência. Os integrantes da equipe de bombeiros devem considerar que fatores como a idade, o sexo e as condições físicas dos ocupantes influem nas operações de salvamento. Todos devem evitar que as pessoas resgatadas retornem ao local (sinistro), sob qualquer pretexto. 

Também, todos devem desestimular que pessoas não treinadas penetrem na residência a fim de auxiliar no salvamento, expondo-se a situações perigosas para as quais não estão preparados. O horário da ocorrência é outro fator fundamental, haja vista que no período noturno a possibilidade de existência de vítimas é muito maior, pois as pessoas encontram-se em repouso e dados estatísticos apontam que 2/3 das mortes em incêndios em residência ocorreram à noite. 

As equipes de exploração e salvamento, além das técnicas previstas nos procedimentos operacionais padrão, deverão considerar a peculiaridade do núcleo de submoradias e os riscos que podem advir de suas características construtivas, da ausência de vias de fuga e da dificuldade de comunicação com os demais bombeiros, entre outros. 

A análise da situação dará ao Comandante a segurança para determinar ou não as ações de salvamento por meio de uma guarnição de exploração. Para este mister, a equipe de exploração deverá adentrar (penetrar) no ambiente inóspito e se preparar para encontrar muitos obstáculos, em sua maioria comuns entre as moradias que ali estão estabelecidas:

1) Fumaça
A fumaça representa a mais grave ameaça à integridade física dos bombeiros e dos moradores das submorardias e dá causa a um grande número de danos (queimadura, irritação, intoxicação, etc). O Uso de EPR é obrigatório nesses casos, mesmo que o fogo esteja queimando ao ar livre e a ventilação estiver favorável. 

2) Calor
A maior parte dos fechamentos das construções subnormais é feita de material à base de celulose (madeira, madeirite, papelão, etc), algumas moradias usam madeirite para servir de cobertura, mas há submoradias cujo fechamento é de alvenaria com espessura das paredes reduzidas. Desta forma, a velocidade da propagação do calor pouco será afetada se baseada apenas no tipo de fechamento da moradia, pois paredes finas em alvenaria têm menor massa para absorção do calor, o que aumenta o risco de propagação do incêndio.

Portanto, os bombeiros devem sempre estar trajando EPI completo (capa, calça, bota, capacete e luvas), e penetrar no local com a proteção de uma linha de mangueira com água. Os principais efeitos do calor no organismo já foram tratados, porém é conveniente destacar a fadiga e a rápida desidratação como fatores de riscos que podem levar o bombeiro a morte.

3) Deficiência de Iluminação
Causada pela fumaça ou pelo horário em que ocorre a emergência, a baixa visibilidade é um obstáculo a ser vencido para a eficiência da exploração. Para amenizar o problema, sem contudo, garantir a eliminação de riscos de acidente, o bombeiro deve dispor de lanternas e cabos-guias para efetuar a penetração e exploração do local e nunca, nunca trabalhar sozinho.

4) Riscos Elétricos
O Comandante da guarnição deve sempre acionar a Companhia de Energia Elétrica da área para cortar o fluxo de corrente nos locais em que o bombeiro for trabalhar; mesmo assim, a menos que a área de corte seja grande, não haverá garantia de segurança no local, pois a grande incidência de ligações elétricas clandestinas pode permitir que um ou outro ponto esteja com corrente, mesmo após a energia ter sido cortada.  A clandestinidade das ligações induz, também, que faltam medidores de corrente elétrica e, consequentemente, chaves de força para permitir o desligamento manual da corrente. 

5) Colapso de Estruturas
A fragilidade dos materiais construtivos favorece tanto a propagação como o colapso e é comum observar moradias sendo reduzidas as cinzas pelo fogo em pouco tempo de queima. A prevenção e a segurança, neste caso, são atingidas com o uso de EPI.

6) Obstrução das vias de Acesso e Fuga
Após a deflagração do incêndio, muitos moradores procuram se evadir do local levando seus pertences e muitos tentam retornar às suas casas para tentar retirar e salvar seus bens. Procurando ser cada vez mais rápidos e tentar salvar o maior número de bens possível, acabam por deixar os materiais ao longo dos poucos e estreitos caminhos existentes no local, o que dificulta, ainda mais, a progressão da equipe de exploração.

7) Comportamento Humano
Outro fator a ser observado diz respeito ao comportamento do ser humano, que pode até agredir a guarnição em virtude do abalado estado emocional em que se encontra. O medo e o pânico são as principais emoções que o bombeiro pode deparar em alguém abalado pela ocorrência, pois são emoções a que estão sujeitos todos aqueles que não tem o preparo próprio para enfrentar tal situação e ocorre corriqueiramente quando se encontram expostos à situação de perigo iminente como é o caso de um incêndio residencial.

Além da equipe de exploração, o Comandante deverá disponibilizar dois a três bombeiros que comporão uma equipe de proteção, cuja missão será a de garantir a integridade física dos bombeiros da equipe de exploração. A equipe de proteção deverá apoiar a equipe de exploração com uma linha de mangueira de 38mm de diâmetro com água, o cabo guia e o rádio. Deve permanecer na situação de alerta, devidamente equipada com os mesmos equipamentos de proteção determinados à equipe de exploração. Só assim, as equipes poderão avançar com mais segurança.

Ambas as equipes, além dos rádios podem comunicar entre si utilizando-se do cabo guia, de acordo com os seguintes sinais previamente convencionados:
- Um toque: OK! ou tudo bem!;
- Dois toques: avance! ou dê mais cabo!;
- Três toques: continue o trabalho! ou recolha cabo!; e,
- Quatro toques: estou em perigo! SOCORRO! ou localizei a vítima”.

Os bombeiros integrantes das equipes de penetração e proteção devem equipar-se e portar os seguintes materiais e equipamentos:
- Capacete “gallet”
- Capa, calça, botas e capuz;
- Luvas de raspa ou similares;
- Cinto de segurança com machadinha;
- Máscara autônoma completa com carona;
- Cabo da vida;
- Lanterna;
- Alavanca de arrombamento (pequena);
- Giz e/ou tinta;
- Rádio portátil (HT); e,
- Ataduras de crepe, luvas de procedimento.

Isolamento
Como este manual considera a habitação precária integrante de um núcleo de submoradias, no combate ao fogo é importante impedir a propagação do incêndio de uma moradia para outra vizinha. Nos núcleos em que predominam moradias de madeira poderá ser necessário que as equipes de bombeiros venham a desmontar casas adjacentes à zona quente, a fim de que se constitua um “aceiro” por onde o fogo não possa se alastrar. Esta decisão deve ser firmemente analisada, embasada e avalizada pela coordenação da emergência no Posto de Comando, pois poderá ser mal compreendida pelos moradores e causar grande revolta e tumulto no local. 

Na impossibilidade de se combater o fogo nas habitações já incendiadas, poderá se optar por resfriar as moradias não atingidas pelo incêndio. A dificuldade nessa fase tática sempre se consistirá da ausência de afastamentos entre as habitações precárias e a existência de grande carga de incêndio.

Confinamento
No transcorrer do combate a incêndio na habitação precária as equipes de bombeiros devem impedir a propagação do fogo, dentro da própria moradia, de um ambiente para outro. No cenário do núcleo de submoradias tal fase praticamente só será atingida se as equipes chegarem no início do incêndio ou após o controle do fogo. Qualquer que seja o caso, as equipes de bombeiros devem concentrar esforços, estarem bem coordenadas e informadas a respeito do aspecto geral do incêndio, a fim de que nenhuma equipe adentre à habitação precária para realizar o confinamento sem que as demais tenham conhecimento.

Extinção do Incêndio
A operação de combate a incêndio na habitação precária tem por finalidade interromper a combustão e, por consequência, a destruição causada pelo fogo. Os métodos de extinção devem ser adaptados à peculiaridade do núcleo de submoradias onde intervir a equipe de bombeiro. Além do resfriamento efetuado com as linhas de mangueiras, que devem ser empregadas conforme previsto nos respectivos procedimentos operacionais padrão, em geral também deve ser considerada a retirada do material como eficiente para esses casos. 

Alguns núcleos de submoradias costumam apresentar ligações elétricas clandestinas, denominadas “gatos”, “rabichos” ou “gambiarras”, de modo que, antes do emprego da água na extinção do fogo, deve ser afastado o risco de choque elétrico. A extinção é a fase tática mais longa da operação, e para sua efetivação se fará necessário o suprimento ininterrupto de água, sem o qual todas as demais serão prejudicadas.

Assim, o conhecimento das técnicas de combate e o bom emprego dos materiais, equipamentos e viaturas é que determinarão o sucesso da operação. Os procedimentos operacionais padrão de combate a incêndio certamente serão utilizados nesse cenário, mas nunca é demais lembrar que, no mínimo, uma linha direta de 38mm deverá estar em condições para a proteção durante a exploração.

Para facilitar a análise do Comandante é estabelecida a postura a seguir em virtude da extensão do fogo:

1) Incêndio de Pequena Proporção
Considera-se de pequena proporção o incêndio restrito ao seu foco e cuja propagação atingiu apenas as moradias adjacentes, com no máximo quatro moradias atingidas. 

Neste caso, a tática a ser posta em prática, em princípio, deverá ser o combate direto ao foco, por meio de linhas manuais de mangueiras, quando a extensão do fogo estiver assim restrita. Na face inicial de incêndio a guarnição deve priorizar as linhas adutoras com mangueiras de 63mm diâmetro mínimo para abastecimento da viatura e linhas de ataque com mangueiras de 38mm acopladas a esguichos reguláveis com vazão mínima de 250lpm a 100psi, pois, assim, o poder de resfriamento será obtido de forma rápida e homogênea. 

A guarnição deve adotar todo o rigor na manutenção da segurança individual e coletiva ao iniciar a penetração no interior das moradias; neste caso o uso de cabo guia é indispensável, em locais onde a fumaça está concentrada e durante o período noturno, pois as construções que não contam com estruturas adequadas, podem desabar ou serem consumidas pelo fogo, fechando pequenas e obscuras vias internas. 

As linhas de ataque poderão partir de adutoras que penetrem nas ruas internas, quando o incêndio ainda estiver na fase inicial ou for de pequena proporção; porém deve-se tomar cuidado com as manobras indesejáveis das linhas nos pontos de derivação. O ideal é montar linhas diretas de ataque diretamente da expedição da bomba da viatura. 

Paralelamente, devem ser previstas, na medida do possível, tantas linhas reservas de mangueiras (segurança) quanto forem necessárias para a proteção de bombeiros e de outras moradias não tomadas pelo fogo (isolamento e confinamento)

2) Incêndio de Média a Grande Proporção
Em caso de incêndio de média ou grande proporção, cuja extensão generalizou-se para mais de quatro moradias, a guarnição de 1º socorro deverá evitar o ataque direto e dar prioridade ao isolamento e confinamento, evitando a propagação do fogo. Neste caso, muitas vezes o combate ao fogo será externo, sendo executado em conjunto com o apoio solicitado. O uso de canhões monitores das viaturas aéreas deverá ser objeto de análise do comandante, em função da disponibilidade de água, da conveniência e oportunidade nesse tipo de técnica.

Para o combate ao incêndio em propagação priorizar a armação das linhas de ataque com mangueiras de 63mm com esguicho regulável de 63mm de diâmetro e vazão de 400lpm a 150lpm. O objetivo desta tática é proporcionar maior impacto contra o fogo e resfriar a máxima área adjacente com jatos d’água. Há a necessidade de suprimento d’água suficiente.

3) Incêndios fora de Controle
No caso de incêndio sem controle, o Comandante das Operações deverá avaliar a existência de pessoas no interior das edificações e ordenar exclusivamente o ataque externo com canhões monitores. Uma vez controlado o fogo, as guarnições atuarão internamente através de linhas manuais.

Em caso de combate externo, todos os Comandantes de Guarnição deverão ser orientados no Posto de Comando e o pedido de cortar água será feito em caso de:
- Fogo sob controle
- Necessidade de uma guarnição executar trabalho de salvamento/resgate.

A ordem de cortar água será dada pelo Comandante de Operações (Posto de Comando - SICOE).

Ventilação
No combate a incêndio em edificações de alvenaria é importante controlar a fumaça produzida, pois a mesma pode ser um meio de propagação do fogo. A ventilação de um local de incêndio se justifica ainda por facilitar o acesso e garantir a visibilidade dos combatentes do fogo, para que sejam realizadas todas as intervenções necessárias. 

Dos exemplos de ocorrências atendidas pelas guarnições de bombeiros pode-se afirmar que as mais complicadas para as equipes são as dos núcleos de submoradias construídos embaixo de pontes e viadutos. Nesses casos a ventilação certamente será determinante para o sucesso da operação, e ela poderá ser efetuada com os equipamentos disponíveis nas viaturas e de acordo com os POPs determinados para o caso. As principais vantagens da ventilação para as equipes são: a melhoria da visualização do foco; a retirada do calor e de produtos tóxicos da combustão, e o favorecimento do resgate de vítimas.

No outro extremo dos exemplos há os núcleos de submoradias edificadas sobre estacas de madeira, tipo palafitas, que se constituem num grupo onde a combustão é rica exatamente por causa da ventilação abundante na parte de baixo das casas. Desta maneira as equipes de bombeiros não necessitarão armar nenhum sistema especial para controle de fumaça e melhoria da visibilidade do local. 

O objetivo final nessa fase tática é minimizar os danos causados pelo fogo e pela fumaça.

Proteção de Salvados
Durante o atendimento de ocorrência em habitações precárias é importante observar que determinados objetos, aparentemente sem valor real, possuem valor inestimável para os moradores, que tentarão de todas as formas retornarem ao local, durante ou após o sinistro, para reavê-lo, sendo muito difícil retirar os moradores do local de incêndio; no entanto, eles fornecem informações importantes com relação aos interiores desconhecidos pelos bombeiros e no fornecimento desses dados. 

A apresentação voluntária aos serviços de extinção de incêndio, o que leva  a satisfação pela sensação de serem colaboradores do Corpo de Bombeiros, não deve ser descartada pelo Comandante, desde que observada as regras de segurança; portanto, é um serviço que requer tato pelo comandante que deve  ser feito com cuidado pelas guarnições no decorrer do sinistro.  

A característica da habitação precária em geral prejudica muito o objetivo de reduzir os danos ao patrimônio, causados pela ação de combate a incêndio. No entanto, o bombeiro que combate o fogo deve ter em mente que sua intervenção não pode piorar o cenário existente.  

Em núcleos de submoradias é importante que seja reservado espaço na zona fria, se possível, para que os moradores das habitações adjacentes ao local do incêndio possam colocar seus pertences, durante o período em que suas moradias não foram ainda atingidas pelo fogo, obviamente enquanto houver condições de segurança para tal.

De maneira geral os procedimentos de salvatagem visarão sempre à diminuição dos danos causados pelo incêndio e seu combate e consistirão basicamente em separar o material não queimado e a removê-lo para lugar seguro. A equipe de bombeiros não deve jogar água em fumaça ou objetos quentes (sem fogo), pois tal atitude poderá implicar em maiores danos que os causados pelo fogo, além de desperdiçar a água (que poderá faltar no combate ao fogo), além da sensível perda de tempo.

Rescaldo
Como citadas nas fases táticas anteriores, em razão de alguns núcleos de submoradias serem construídos de material altamente inflamável, são também importantes as técnicas para evitar a reignição do incêndio e eliminar fatores de risco nos locais sinistrados.

Nessa fase a equipe de bombeiros deve elaborar minuciosa busca no local visando à extinção dos focos restantes e à busca de vítimas, pois o bom trabalho de rescaldo determinará a segurança que o local será deixado. O atendimento da ocorrência só estará terminado e o local só deverá ser abandonado quando todos os riscos estiverem eliminados.

Concluído o rescaldo, a equipe de bombeiros deverá efetuar uma inspeção final com o objetivo de assegurar que a causa do incêndio está totalmente eliminada avaliar a eficiência dessa fase tática e verificar as condições de segurança do local sinistrado. Durante o combate a incêndio em habitação precária e o rescaldo, a equipe de bombeiros deve ainda manter as evidências das causas do fogo onde foram encontradas, sem tocá-las e sem removê-las, se possível, e identificar, remover e guardar, em segurança, evidências que não possam ser deixadas no local.    


FONTE DE REFERÊNCIA
MCIHP – MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO EM HABITAÇÃO PRECÁRIA

Direitos Autorais: Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo