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Proteção de Salvados

A proteção de salvados é o conjunto das operações necessárias para proteger as edificações e seu conteúdo contra os estragos evitáveis q...

A proteção de salvados é o conjunto das operações necessárias para proteger as edificações e seu conteúdo contra os estragos evitáveis que possam ser causados pela água ou outros fatores, durante o combate ao incêndio. A proteção de salvados pode ser considerada de modo mais amplo, abrangendo também outras operações do Corpo de Bombeiros. A presente definição restringe-se aos casos de combate a incêndio estrutural.

Divisão da Operação de Proteção
As operações de proteção podem ser divididas em duas fases: durante o incêndio e depois do incêndio.

Exemplos de medidas a serem consideradas:

Durante o Incêndio
a) Colocação de cobertas (lonas ou encerados) sobre o conteúdo, a fim de proteger contra a água e detritos.
b) Utilização de lonas para impedir o escoamento da água de um piso.
c) Remoção dirigida da água para fora da edificação.
d) Proteção do conteúdo da edificação contra furtos.
e) Remoção do conteúdo quando é impossível dar-lhe proteção no interior da edificação. Esta providência somente deve ser adotada quando não for possível impedir a destruição do conteúdo pelo fogo, ou não existirem equipamentos suficientes para sua proteção.

Depois do Incêndio
a) Remoção da água de pisos e subsolos.
b) Ventilação do prédio para remoção de toda a fumaça, redução da temperatura e restauração do grau de umidade normal.
c) Retirada de artigos de valor dos detritos.
d) Retirada dos detritos para fora da edificação.
e) Providenciar cobertura temporária para os tetos avariados ou outras aberturas visando proteger o interior da edificação contra intempéries.

Fatores a Considerar
O encarregado de supervisionar as operações de proteção no decorrer de um incêndio deve considerar os seguintes fatores ao fazer a análise da situação:
a) Altura e tamanho da edificação.
b) Localização do fogo e área envolvida.
c) Condições que possam colocar em perigo o pessoal empenhado nas operações de proteção.
d) Natureza e valor do conteúdo.
e) Proteção contra estragos pela água (pisos impermeáveis, conteúdo em armários, caixas ou câmaras especiais à prova d`água, fumaça).
f) Estimativa do volume d`água não transformada em vapor e que escoa do local do fogo. Considerar o peso da água na edificação como sobrecarga, o que pode contribuir para eventual colapso das estruturas.
g) Pessoal e material existentes.

Existem outros fatores a considerar, dependendo da situação, mas esses são os mais importantes ou, normalmente, mais necessários. Num edifício de vários andares, a colocação de lonas deve ser iniciada pelo andar imediatamente inferior àquele em que tem lugar o fogo, se a natureza do conteúdo e seu valor justificarem essa operação. 

Se for possível, o escoamento da água deve ser dirigido para fora do edifício ou contido por dique de lona dobrada. O escoamento da água é o maior problema nas operações de proteção e o sistema mais prático de evitá-lo é conseguir maior porcentagem possível de vaporização quando no combate ao fogo.


Em fábricas, lojas ou prédios públicos, as operações de proteção exigem um grande efetivo, sendo necessária a cooperação dos funcionários destas edificações. Para a execução de operações eficientes de proteção, em prédios que não sejam residenciais ou apartamentos, é necessário um conhecimento prévio do prédio e seu conteúdo. Para a execução pronta e eficiente das operações de proteção, são elementos essenciais: pessoal qualificado e equipamento adequado.

Redução de Perdas
A atitude dos bombeiros, seus métodos e o cuidado na preservação de bens materiais são os principais fatores para a proteção de salvados. A proteção de salvados deve ser vista como uma prioridade tática, enquanto se desenvolvem as operações de salvamento e de controle do fogo. 

Durante a proteção de salvados, o comandante da emergência deve estabelecer objetivos para reduzir perdas. Ao verificar que o fogo já foi extinto, e após determinar sua causa e origem, assim que possível, deve devolver a ocupação ao seu proprietário/usuário para utilização normal.

A redução de perdas consiste em avaliar a área incendiada, verificando o que está perdido e o que é ainda possível de se salvar. Enquanto o comandante da emergência decide o que deve ser feito em termos de proteção de salvados, operações de conservação são necessárias, devendo atribuí-las a determinadas guarnições, que se utilizarão dos materiais que sejam necessários.

Quanto mais tempo demorar para o início das operações de proteção de salvados, a redução de perdas torna-se mais crítica. A edificação deve, primeiramente, estar livre de vítimas e o fogo deve estar sob controle. Isto significa que a proteção de salvados deve ser feita após a sucessão 1-2-3 das prioridades táticas (salvamento de vidas, controle do incêndio e preservação da propriedade).

A conservação efetiva da propriedade exige que o comandante da emergência entenda a natureza danosa do fogo e seu poder de destruição, controlando as perdas paralelamente com o que está sendo queimado, notando como as perdas estão ocorrendo, de modo a poder relatar quais os danos resultantes.

Os bombeiros devem ter consciência de que sempre haverá um dano secundário, que deve ser disciplinado (que ocorre nas operações de salvamento e de controle do fogo), e que o dano primário (causado pelo próprio fogo) deve ser reduzido ao máximo. A conservação da propriedade é uma tarefa importante e todos os bombeiros devem estar conscientes disso.

Ao se verificar que houve controle do fogo, as linhas de ataque podem ser fechadas, de modo a reduzir os danos secundários, sendo importante verificar os danos causados pela própria utilização da água, que acaba se depositando nas partes mais baixas.

As guarnições, portanto, devem se empenhar em procurar salvar tudo o que for possível, o quanto antes, sendo que guarnições adicionais podem ser direcionadas para essa missão, enquanto as operações de salvamento de vítimas e de controle do fogo estão em andamento.

Durante a proteção de salvados, o comandante da emergência tem que estar certo de que o fogo já não domina o ambiente interno da edificação. As guarnições que efetivamente trabalharam durante a operação de extinção do fogo devem descansar e dar espaço para que outras trabalhem na proteção de salvados, estando preparadas para o caso de uma reignição.

A fadiga dos bombeiros é uma consideração fundamental durante as operações, por isso a necessidade de guarnições preparadas para o revezamento. Todos os bombeiros, no local de incêndio, são responsáveis em ajudar na determinação da causa do fogo e sua origem, portanto, o local deve ser preservado ao máximo, possibilitando campo para a perícia e pesquisa.


FONTE DE REFERÊNCIA
METCI – MANUAL DE ESTRATÉGIA E TÁTICA DE COMBATE A INCÊNDIO
Direitos Autorais: Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo