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Dinâmica do Rio

Para que a equipe envolvida na operação de resgate tenha um desempenho eficiente e seguro, é crucial possuir um conhecimento aprofundado...

Para que a equipe envolvida na operação de resgate tenha um desempenho eficiente e seguro, é crucial possuir um conhecimento aprofundado e detalhado sobre a orientação no contexto fluvial. Essa orientação não apenas facilita a comunicação precisa entre os membros da equipe, mas também é vital para a execução de manobras e estratégias de resgate.

Primeiramente, a compreensão clara dos termos "rio abaixo" e "rio acima" é fundamental. "Rio abaixo" refere-se à direção na qual a correnteza do rio flui, movendo-se naturalmente em direção à foz do rio. Essa direção é crucial para planejar as estratégias de resgate, já que a força da correnteza pode impactar significativamente a movimentação de vítimas e de resgatistas.

Por outro lado, "rio acima" indica a direção oposta, ou seja, o ponto de onde a água está vindo. Entender essa orientação é essencial para posicionar corretamente as equipes e os equipamentos de resgate, garantindo que estejam preparados para enfrentar a correnteza e outras possíveis adversidades naturais.

Além dessas direções primárias, é igualmente importante ter clareza sobre as margens do rio. A "direita do rio" é definida quando se está olhando no sentido do fluxo da correnteza, ou seja, rio abaixo. Assim, a margem direita é aquela situada à direita do observador. Conhecer esta margem é vital para a coordenação das operações de resgate, permitindo a comunicação precisa sobre a localização de vítimas ou pontos de referência.

Da mesma forma, a "esquerda do rio" é a margem situada à esquerda do observador que olha no sentido rio abaixo. A identificação correta dessa margem permite a orientação espacial eficaz e a coordenação entre as diversas equipes de resgate, além de assegurar que todos os membros da equipe estejam alinhados quanto à geografia do local de operação.

A proficiência na compreensão dessas orientações fluviais é indispensável para a eficácia das operações de resgate. Uma equipe bem informada e orientada é capaz de tomar decisões rápidas e precisas, minimizando riscos e aumentando as chances de sucesso nas missões de salvamento.

Deve-se ter pleno conhecimento da orientação no rio.
RIO ABAIXO - é para onde a água corre;
RIO ACIMA - é de onde a água vem;
DIREITA DO RIO - olhando rio abaixo, é a margem direita; e
ESQUERDA DO RIO - olhando rio abaixo, é a margem esquerda do rio.


Força da Água
A velocidade da correnteza é o que o poder a água. Como se não bastasse, a correnteza traz objetos, grandes e pequenos, que podem se transformar em aríetes se não forem identificados a tempo pela equipe que está executando o salvamento, o que pode colocar toda a operação a perder. Cabe salientar que quanto mais água tiver no local da correnteza, mais alta será a coluna de água e, consequentemente, mas rápida ela ficará, ou seja, mais poderosa. Segue abaixo uma tabela com a força da água em relação a velocidade que ela adquire.

Características da Correnteza
A correnteza no rio, diferente do que se aparente, possui um padrão facilmente reconhecido, tanto em relação a sua direção quanto em relação a sua força.
Abaixo temos as linhas de força de um rio qualquer:

Leitura das Corredeiras
Chamamos de "ler" a corredeira ou o rio, o ato de, visualmente, detectar obstáculos, remansos, refluxos, a linha d'água entre outros componentes presentes no rio. Segue abaixo as explicações e os desenhos ilustrativos de tais obstáculos:

REMANSO - lugar onde a água fica parada e, às vezes, até pega um sentido contrário ao da corrente, geralmente atrás de um obstáculo dentro da correnteza (pedra, poste, carro etc.) , podendo acontecer próximo às margens, após uma curva do rio , córrego ou curso d'água.

REFLUXO - é uma turbulência causada pela passagem da água por cima de algum obstáculo, causando um efeito parecido com o de um liquidificador, podendo até puxar para o fundo algum objeto que esteja flutuando entre a linha d'água e o obstáculo que o criou.

REFLUXO ABERTO - é um refluxo que, devido ao seu formato, tende a jogar o objeto aprisionado para fora pelas laterais do refluxo.

REFLUXO FECHADO - é um refluxo que, devido ao seu formato, tende a manter o objeto dentro dele. Representa um risco para bombeiros e vítimas, pois uma vez nele a única saída é rio abaixo.

REFLUXO RETO - é um refluxo, geralmente formado por barreiras ou degraus naturais, que tendem a manter o objeto dentro dele. Este refluxo é o mais perigoso de todos.

ONDAS ESTACIONÁRIAS - são ondas formadas geralmente por um afunilamento do rio, canal ou corrente, sendo que também pode ser encontrada após um obstáculo submerso.

Classes das Corredeiras
As corredeiras são classificadas em 6 classes específicas, sendo que abaixo segue uma descrição subjetiva de cada uma dessas classes:

CLASSE 1 - não há obstáculos, apenas alguns ondas estacionárias;

CLASSE 2 - há alguns obstáculos, com ondas de até 1 metro de altura e alguns equipamentos são necessários para efetuar o salvamento. A velocidade e pequena.

CLASSE 3 - rápidas e relativamente altas, as corredeiras desta classe possuem ondas irregulares que inviabilizam o uso de um barco aberto. São mais técnicas e requerem um pouco de experiência e equipamentos mais técnicos para efetuar um salvamento;

CLASSE 4 - mais longas que as de classe 3, estas corredeiras exigem equipamentos mais sofisticados em quantidade maior para efetuar um salvamento, sendo necessário uma boa experiência para efetuar uma navegação em suas águas. Para usar caiaques nestas corredeiras é necessário Ter boa experiência e saber fazer os rolamentos específicos;

CLASSE 5 - extremamente difíceis, estas corredeiras representam o limite para se navegar e efetuar um salvamento, sendo que o risco para o bombeiro é enorme e as chances de salvamento são mínimas;

CLASSE 6 - impossíveis de serem navegadas, estas corredeiras são consideradas intransponíveis e não é recomendado o salvamento devido à força e ao volume da água. Objetivamente, temos uma sugestão de planilha a ser preenchida para que se tenha uma dimensão real do salvamento a ser efetuado. Convém lembrar que esta planilha é de extrema utilidade para mapear de maneira mais racional as áreas de risco na Operação Enchente.



Ângulo de Travessia

O ângulo de travessia, também conhecido como ângulo de "ferring" (do inglês, ato de atravessar um rio), é de suma importância para que se consiga atravessar de um lado para outro de um leito de rio ou uma área inundada.

Tal ângulo varia de acordo com a correnteza, sendo que o mínimo é de 45° (quarenta e cinco graus). 

Conforme a força da correnteza vai aumentando, o ângulo de travessia vai diminuindo, sendo que, obrigatoriamente, não pode chegar a 0°, pois a embarcação ou o bombeiro pararia no meio da correnteza.


FONTE DE REFERÊNCIA
MSE – MANUAL DE SALVAMENTO EM ENCHENTES
Direitos Autorais: Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo