Page Nav

HIDE

Grid

GRID_STYLE

Classic Header

{fbt_classic_header}

Top Ad

Breaking News

latest

Planejamento de Busca Estratégica

O seguinte passo lógico consiste na confecção de um plano de ação. A planificação nada mais é que a eleição de um plano entre um grande ...

O seguinte passo lógico consiste na confecção de um plano de ação. A planificação nada mais é que a eleição de um plano entre um grande número de opiniões realistas. O planejamento é um passo difícil e importante nas missões de busca e salvamento. 

Deve-se levar o tempo necessário para estudar todos os aspectos, por exemplo: que rota pode ser a mais rápida para chegar ao lugar do acidente, se é mais conveniente ir a pé ou de helicóptero. Em muitas ocasiões, podemos economizar muito tempo, dinheiro e esforço se prestarmos mais atenção à fase de planejamento.

Dados do Planejamento
Os dados do planejamento são formados por toda a informação obtida por meio da combinação e valorização dos conhecimentos e conjecturas sobre o caso. Esta atividade pode dividir-se em quatro grupos diferentes:
a) A informação sobre a vítima obtida por meio de fontes que não sejam as testemunhas, companheiros, amigos e familiares.
b) A informação sobre o acontecido facilitada por testemunhas.
c) A informação sobre os fatores do meio ambiente: geografia local, condições climáticas e histórico de busca e salvamento na área.
d) A informação sobre a disponibilidade dos recursos materiais para a operação.

Estes quatro grupos podem ser detalhados em uma série de perguntas que devem ser feitas para reunir os dados do planejamento. A tabela a seguir é uma representação, ainda que incompleta, das fontes de informações durante um acidente.

FONTES DE DADOS DE PLANEJAMENTO

Informação sobre a Vítima
- Grupo informador: Procurar que os informantes se mantenham em contato permanente. Número de telefone, identificação, situação automóvel, fotografias, mapas; regresso ao lugar: onde estavam?
- Reconhecimento: Necessidade de pontos de vista geográficos, megafone, sinais manuais, fotos, mapas.
- Automóvel: Regressou? deixar uma nota escrita: “entrar em contato com o grupo de Busca”.
- Em casa: Regressou? deixar uma nota escrita: “entrar em contato com o grupo de Busca”.
- Lugar de trabalho: Regressou? deixar uma nota escrita: “entrar em contato com o grupo de Busca”.
- Amigos, familiares, colaboradores: Regressou? Planos, condição mental e física, costumes, medicamentos.
- Ficha de registro: Regressou? Planos. experiência, equipamento, com quem se deve estabelece contato. Contatar com outros grupos que podem ter visto a vítima
- No lugar: Localizar a rota, equipamentos, etc.
- Pistas: Procurar papel de balas, chocolate, latas vazias, pegadas galhos quebrados...
- Cartazes de busca: Espalhar cartazes por toda a área, colocá-los no início das trilhas e estabelecimentos comerciais.
- Trilhas: Entrevistar excursionistas.
- Clubes de montanha e escritórios de turismo locais: Entrevistar o pessoal, colar cartazes de busca.
- Livros de registro em refúgios: Procurar se a vítima deixou seus passos anotados.
- Motoristas de ônibus, chefes de trem: Onde desceu a vítima? colar cartazes no ônibus ou trem.
- Facilidade médicas locais: Entrevista o pessoal; controlar os registros locais.
- Disposições legais: Separar os casos de atraso dos casos de emergência.
- Campings: Controlar os registros de entrada e saída.
- Informes meteorológicos: Informes locais e regionais.

Informações sobre o Caso
- O que aconteceu? Preencher um questionário sobre a pessoa desaparecida e dados adicionais.
- Onde? Mostrar mapas e fotografias às testemunhas para maior precisão; onde se encontrava? Em qual escalada? Qual parada? Qual água? Qual picada? Onde foi visto pela última vez? Que direção seguida? Marcas no terreno, distância, tipo de terreno, rota tomada antes do acidente; quanto tempo levou a testemunha para sair do local? Procurar o ponto onde se viu a vítima pela última vez; se possível, as testemunhas devem localizar este ponto tanto nos mapas quanto no terreno.
- Quando? Quando foi visto pela última vez? Está ferido? Saiu da água? Sintomas de desfalecimento? Há pegadas frescas? Comprovar se as pegadas coincidem com a marca da sola da bota da vítima.
- Por que? Problemas familiares; medicamentos; desprendimento de pedras; doenças

Informações do Meio Ambiente
- Previsão meteorológica: Compara se é favorável para passar à noite; vários dias de tormenta; relâmpagos; aumento do nível d’água.
- Previsão adicional: Chamar demais órgãos públicos.
- De dia: Controlar os horários de nascer e pôr do sol nos jornais.
- Ciclos da lua: Determinar a que horas sai a lua na região em questão; em que fase se encontra: há luz suficiente para caminhar?
- Temperaturas: Averiguar as temperaturas no vale e montanhas; levar em conta o vento nos cumes e umidade nos vales.
- Chuva: Prever as mudanças de tempo de dia e de noite. Existem condições de deslizamento?
- Informações sobre resgates: Estudar os arquivos locais.
- Arquivo de busca e salvamento: Estudar as características do terreno; fotografias aéreas; rotas de resgate; histórico recente.
- Fotografias e mapas: Procurar nos arquivos fotografias de busca e salvamento, livros-guia, revistas.
- Livros-guias e pessoas com conhecimento: Contatar com aqueles que vivem próximo: montanhas, palmiteiros, caçadores, ferroviários.
- Análises do terreno: Averiguar se o terreno é escarpado ou suave, barreiras naturais, rotas de fuga, fatores que podem criar confusão, gargantas de rios.

Recursos de Operação
- Recursos humanos: levantar os recursos humanos e o tempo necessário para sua apresentação
- Recursos materiais: Levantar os recursos materiais e de logística da operação
- Recursos de infraestrutura: Levantar a possibilidade de utilizar helicópteros

Os dados obtidos a partir destes grupos proporcionam uma informação fidedigna, a partir da qual se pode elaborar um plano de busca amplo. A informação reunida facilita o descobrimento de indícios sobre a localização da vítima, sua capacidade de sobrevivência, o tempo que se atrasou e o fator mais importante: a sua última posição conhecida.

O lugar onde se viu a pessoa pela última vez é o ponto de partida do grupo de busca e o lugar a partir do qual se projetarão as distâncias e as rotas a seguir e onde se iniciará o reconhecimento da área e a busca de indícios do paradeiro da vítima.

Se houver vários grupos de busca, a comunicação é importantíssima para que o comandante faça contato com as equipes em campo de modo a passar orientações, inclusive possibilitando modificar as estratégias e os lugares de busca à medida que recebe novas informações.


FONTE DE REFERÊNCIA
MBSCVR – MANUAL DE BUSCA E SALVAMENTO EM COBERTURA VEGETAL DE RISCO
Direitos Autorais: Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo