Como em qualquer situação de emergência, o manejo de acidentes envolvendo produtos perigosos demanda um gerenciamento centralizado e coo...
Como em qualquer situação de emergência, o manejo de acidentes envolvendo produtos perigosos demanda um gerenciamento centralizado e coordenado. A ausência de uma estrutura de comando eficaz não só compromete a segurança dos envolvidos, mas também propicia um ambiente caótico e desorganizado, onde a multiplicidade de ações descoordenadas pode agravar a situação.
A centralização do comando é essencial para assegurar que todos os recursos disponíveis sejam empregados de forma eficiente, minimizando os riscos de exposição a substâncias tóxicas ou perigosas e garantindo uma resposta integrada e coordenada. Dessa forma, a segurança dos socorristas, dos civis e do meio ambiente pode ser melhor protegida, reduzindo as chances de danos colaterais e promovendo uma recuperação mais rápida e eficaz da área afetada.
Um comando central organizado irá:
- Fixar a responsabilidade do comando em um indivíduo em particular por meio de um sistema de identificação padrão.
- Garantir que um comando forte, direto e visível seja estabelecido assim que possível.
- Estabelecer uma estrutura de controle que claramente delineie os objetivos e funções das operações.
O sucesso ou fracasso das operações de emergência dependerá do modo que o primeiro no local estabelecerá o comando. Independentemente do nível de capacitação de quem seja o primeiro no local, deve sempre iniciar as seguintes ações:
a) Assumir o comando corretamente - A pessoa que assumir o comando deve ser sempre da patente mais alta ou a pessoa com o maior nível de capacitação presente no local.
b) Confirmar o comando - Confirmar que toda a equipe no local e a caminho tenha sido notificada da estrutura de comando.
c) Selecionar um local fixo para o posto de comando - Um comandante experiente somente abre mão da vantagem de um posto de comando fixo quando for absolutamente necessário para o Comandante da Emergência dar ordens diretamente aos socorristas operando em posições mais avançadas. Em qualquer um dos casos, o CO deve manter uma presença de comando por rádio.
d) Estabelecer uma Área de Apoio - Tenha certeza que a área de apoio se encontra em um local de fácil acesso e bem sinalizada.
e) Solicitar apoio necessário.
Áreas de Apoio
Esta área é um local destinado à permanência das equipes e dos equipamentos de apoio até que sejam acionados. A Área de Apoio se torna um setor dentro da área destinada ao comando do SICOE. O chefe da Área de Apoio responde por todas as unidades de emergência, despacha reforços para o local do acidente e requisita reforços de emergência quando necessário.
A Área de Apoio ideal é próxima o suficiente do perímetro para reduzir significantemente o tempo de resposta, em caso de acionamento pela Comandante das Operações. A Área de Apoio é efetiva quando o Comandante da Emergência prevê que reforços adicionais podem ser necessários e ordena a eles que se desloquem para a área pré-designada, a aproximadamente três minutos do local.
Acidentes em grandes proporções podem requerer muitos reforços para o local que poderão ser necessários em diferentes períodos durante toda a ocorrência. Se os reforços não forem necessários por um tempo, o Comandante da Emergência deve considerar o estabelecimento de áreas primárias e secundárias de Área de Apoio. Dentro do Sistema de Gerenciamento de Acidentes estas são consideradas como Áreas de Área de Apoio nível I e nível II.
A Área de Apoio nível 1 é a posição primária para as primeiras unidades de socorro que chegarem ao local. Assim que os primeiros atendentes chegarem, eles vão diretamente para o local do acidente seguindo procedimento padrão. A primeira unidade a chegar no local da emergência assume o comando e inicia as operações de gerenciamento do local. Todas as outras unidades que responderem a chamada
preparam-se a uma distância segura do local, até que recebam ordens do Comandante da Emergência para agir.
Normalmente, a Área de Apoio nível I situa se do lado de fora do portão principal do prédio ou em uma rua lateral próxima ao acidente. A Área de Apoio nível I está sempre em um local seguro e a favor do vento. Logicamente, você não deve passar por um local inseguro para tomar uma posição em local seguro.
A Área de Apoio nível II é a localização secundária ou ponto de partida para reforços. É usada para operações grandes, complexas ou demoradas. Assim que mais unidades se aproximem da emergência, elas são posicionadas conjuntamente em um local específico sob o comando do Chefe da Área de Apoio.
As equipes devem ser instruídas a respeito da situação pelo Chefe da Área de Apoio e esperar por suas ordens em locais adjacentes mais adequados, onde estejam protegidos das mudanças climáticas. Quando reforços são necessários no local do acidente, eles podem ser deslocados para uma área localizada próxima ao perímetro do acidente e dispostas pelo Comandante da Emergência.
As Áreas de Apoio devem ser claramente identificadas através do uso de sinais, bandeiras com cores sinalizadoras e luzes, cartazes ou qualquer meio apropriado. A localização exata da Área de Apoio, tanto no perímetro urbano quanto rural, será baseada nas condições do vento e na natureza da emergência.
FONTE DE REFERÊNCIA
MAEPP – MANUAL DE ATENDIMENTO ÀS EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS
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