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Incêndios em Aeronaves

A missão principal de um serviço de salvamento e combate a incêndios de um aeroporto, após a ocorrência de um acidente aeronáutico onde ...

A missão principal de um serviço de salvamento e combate a incêndios de um aeroporto, após a ocorrência de um acidente aeronáutico onde haja fogo, consiste em dominar o incêndio na área crítica, com o objetivo de poder fazer a evacuação de todos os ocupantes da aeronave para um local seguro.

Incêndios de Classe A
Estão dentro desta categoria as mercadorias transportadas pela aeronave, os materiais de tapeçaria e todos os combustíveis sólidos similares que requerem resfriamento para a sua completa extinção. Não se tratando de líquidos inflamáveis, o pessoal encarregado de dar combate às chamas pode considerar o emprego de água como o agente extintor ideal para essa classe de incêndio.

Deve-se tomar cuidado na abertura dos compartimentos de carga, verificando-se a temperatura das portas de acesso antes de abri-las.

Freios Superaquecidos e Incêndios nas Rodas
O aquecimento das rodas e pneus de uma aeronave, embora seja normal nos processos de pouso e decolagem, pode constituir-se em um perigo de explosão quando ultrapassar os limites aceitáveis, acentuando-se muito mais quando ocorre um incêndio. A fim de não pôr em perigo desnecessário os bombeiros que atenderão a essas emergências, é importante não confundir os freios aquecidos com um incêndio nos freios.

Os freios aquecidos esfriam normalmente por si mesmos, sem que haja a necessidade de empregar-se qualquer agente extintor. A maioria dos manuais de operação das aeronaves convencionais recomenda que as hélices sejam mantidas girando em frente à roda, até que os freios se esfriem.

A grande maioria das aeronaves movidas a jato possui em suas rodas fusíveis que se fundem a uma temperatura aproximada de 177 °C, permitindo o esvaziamento dos pneus, afastando assim o perigo de uma explosão.

Exemplo de um pneu estourado

Caso a roda afetada já esteja com o pneu vazio, qualquer agente extintor pode ser utilizado com segurança, mas, se o pneu ainda estiver cheio, os cuidados deverão ser redobrados, aplicando-se espuma, neblina de água ou pó químico, que são ideais nesses casos. Não é recomendável utilizar-se água na forma de jato sólido ou gás carbônico, pois produzirão um choque térmico que irá causar a falência do material constitutivo da roda, gerando uma explosão.

Nesse caso, o principal objetivo é evitar que o incêndio se propague para cima, alcançando o alojamento do trem de pouso e posteriormente a fuselagem.

Ao combater-se um incêndio que se originou em uma roda, os bombeiros devem tomar certas precauções ao aproximarem-se do trem de pouso, fazendo-o pela frente ou por trás, nunca lateralmente, em uma posição axial ao eixo, pois, no caso de uma explosão dos pneus, eles estarão expostos ao impacto direto de partes dos pneus e rodas.

Combate a incêndio em trem de pouso

Ao combater-se um incêndio no trem de pouso traseiro, atentar para a distanciamento das turbinas e suas respectivas áreas de perigo.

Combate a incêndio em trem de pouso

Incêndios em Motores a Pistão
Quando o incêndio estiver confinado no interior da nacele, eles poderão ser extintos por meio dos sistemas fixos da própria aeronave. Nesse caso, é aconselhável a utilização de pó químico seco, halon ou dióxido de carbono, que são mais eficazes do que a água ou a espuma, dentro daquele compartimento. Externamente, deve ser aplicada a espuma ou um jato de água, na forma de neblina, para manterem resfriadas as estruturas adjacentes da aeronave.

Nas aeronaves de motores a pistão, os agentes extintores são aplicados através das aberturas de refrigeração do motor, pelas janelas de inspeção, tomadas de ar ou até pelos tubos de escapamento.

Deve-se ter o cuidado de não tocar nas hélices, mesmo que elas estejam paradas.

Combate a incêndio em motor a pistão

Incêndios em Motores a Reação
Os incêndios localizados nas câmaras de combustão dos motores a reação são mais bem combatidos quando a tripulação está em condições de manter os motores em funcionamento. Esse procedimento está relacionado à retirada dos ocupantes da aeronave, bem como a outras considerações de segurança.

As modernas aeronaves possuem um sistema fixo de extinção de incêndios constituído por garrafas cilíndricas de um determinado gás extintor, normalmente o halon. Esse sistema é muito eficiente nos casos de incêndios na nacele.

Caso o incêndio persista, mesmo após se terem esgotado os agentes extintores da própria aeronave, poderão ser utilizados os agentes extintores do tipo pó BC, ABC, halon ou dióxido de carbono, através das aberturas e acessos de manutenção ou até mesmo pela tomada de ar do reator.

A fim de que as estruturas adjacentes da aeronave sejam mantidas frias, pode-se utilizar externamente a espuma ou um jato de água na forma de neblina. Não se deve, no entanto, utilizar água ou espuma nas tomadas de ar ou nas bocas de escape dos motores a reação, a não ser que o incêndio fuja do controle e não seja possível combatê-lo com os demais agentes extintores e haja o perigo de uma propagação.

Combate a incêndio em motor a reação

Alguns motores, tanto os a pistão quanto os a jato, possuem componentes fabricados em magnésio ou titânio, que ao se inflamarem não poderão ser extintos com agentes convencionais. Dessa forma, se o incêndio estiver adstrito à nacele, poder-se-á deixá-los queimar, até que se extingam por si mesmos, caso não ameace a própria aeronave e sempre que não existam vapores inflamáveis nas cercanias, que possam entrar em combustão ao manterem contato com as superfícies quentes dos motores.

Combate a incêndio em motor a reação

Incêndios nos Motores de Aeronaves Montados na Parte Traseira
Os motores instalados na parte posterior da fuselagem ou acoplados ao estabilizador vertical acrescentam problemas especiais por ocasião do combate a um eventual incêndio.

A altura de instalação desses motores se apresenta como um outro problema ainda mais crítico no caso dos aviões equipados com motores, cujas tomadas de ar estão acopladas ao estabilizador vertical. Assim, os motores podem encontrar-se a alturas de até 10,5 metros do solo, o que exigirá, para facilitar o acesso, escadas ou plataformas elevadas nos veículos de combate a incêndio, para que a aplicação dos agentes extintores seja eficiente.

Turbina localizada na parte traseira da aeronave

Como os motores das aeronaves modernas possuem volume interno considerável, o regime de descarga dos agentes extintores também deve ser elevado. A regimes de descarga muito elevados, não se podem manejar mangueiras de grosso diâmetro devido à reação do jato, quando o agente extintor sai do orifício do esguicho. Esse fator deve ser levado em conta quando se pretende combater os incêndios nos motores das aeronaves montados em lugares altos.

Outro aspecto a ser considerado nas operações de combate a incêndios em aeronaves, cujos motores estejam instalados em locais altos, é o que se refere aos bombeiros e às viaturas, que não se devem posicionar imediatamente abaixo desses motores, pois ficariam expostos ao risco de um derramamento de combustível, metal fundido e ao fogo no solo.

Posicionando-se de um lado ou de outro, à frente ou à retaguarda dos motores, os bombeiros poderão lançar o agente extintor, com um dispositivo de aplicação adequado, para que o alcance e o modo de descarga permitam aplicar o agente escolhido e este possa produzir o resultado esperado.

O comandante das operações no local do sinistro decidirá qual o melhor agente extintor que deverá ser utilizado. Não obstante a grande semelhança com todos os outros casos de combate a incêndios, o objetivo maior que deve ser alcançado é o domínio rápido do incêndio e a redução dos danos resultantes das atividades de extinção das chamas.

Alguns agentes, especialmente os compostos halogenados, o pó químico seco e, em menor grau, o dióxido de carbono permitem controlar as chamas nas partes protegidas do motor, sem que os diversos componentes sejam afetados. Esses agentes são eficazes quando utilizados na extinção de incêndios em combustíveis líquidos e em circuitos elétricos energizados, bem como nos casos de derramamento de combustível no solo que possam desencadear um incêndio. 

Portanto, sempre que o regime de descarga do agente extintor esteja adequado e o seu modo de difusão e de projeção, esteja adaptado à situação, esses agentes são os mais apropriados para a extinção de incêndios em motores de aeronaves.

Quando houver um incêndio em um motor que ponha em perigo os componentes próximos e a estrutura da própria aeronave, recomenda-se a utilização de outros agentes extintores, pois a necessidade de evitar a propagação do incêndio para todo o aparelho deve prevalecer sobre o desejo de conter os danos adicionais nos motores, pelo emprego desse ou daquele agente extintor.

Nesses casos, pode-se utilizar qualquer agente, inclusive a própria água na forma de chuveiro, para reduzir os riscos de exposição às chamas dos tanques de combustível e da fuselagem da aeronave.

Após as operações de combate a incêndios, é importante alertar os responsáveis pela recuperação da aeronave, sobre a natureza do agente extintor utilizado, a fim de que possam tomar todas as medidas preventivas contra a corrosão ou outros efeitos possíveis resultantes da intervenção.

Zonas de Perigo na Aproximação de Aeronaves
O pessoal dos serviços de salvamento e combate a incêndios, quando nas operações de extinção de incêndios em uma aeronave a jato, deve observar as zonas de perigo quando se aproximarem do aparelho. Essa distância é de oito metros do tubo de admissão da turbina, para evitar serem tragados, e de no mínimo quarenta e cinco metros do tubo de escape, para que não sofram queimaduras produzidas pelo jato.

Zonas de Perigo de uma aeronave com motor a reação

 Zonas de Perigo de uma aeronave com motor a reação

a) Área Crítica - Conceito no qual se tem como meta o salvamento dos ocupantes de uma aeronave, bem como o controle da área de incêndio adjacente à  fuselagem para que se possa manter as condições toleráveis para seus ocupantes.

b) Área Crítica Teórica - É a área dentro da qual pode ser necessário controlar o incêndio. Serve tão somente como meio para dividir as aeronaves em categorias. Em função da extensão do risco potencial a que podem ser expostas.

c) Área Crítica Prática - É uma área que abrange todo o contorno da fuselagem e que representa as condições reais de acidente. Podendo variar em função da direção e intensidade do vento.

Obs. O estudo das áreas críticas não pretendem demostrar as proporções máximas ou mínimas de um acidente de aeronave com combustível derramado.

Área crítica de uma aeronave


FONTE DE REFERÊNCIA
MSCIA – MANUAL DE SALVAMENTO E COMBATE A INCÊNDIO EM AERONAVES
Direitos Autorais: Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo