São os recipientes com capacidade até 0,25 metros cúbicos, que podem ser transportados manualmente ou por qualquer outro meio, não estan...
São os recipientes com capacidade até 0,25 metros cúbicos, que podem ser transportados manualmente ou por qualquer outro meio, não estando incluídos nesta classificação, os recipientes utilizados com o tanque de combustível de veículos automotores.
Recipientes estacionários - recipientes fixos, com capacidade superior a 0,25 metros cúbicos. A escolha do tipo de recipiente e da estrutura das instalações depende do uso que se pretende dar ao GLP (Gás Liquefeito de Petróleo). Os diferentes conjuntos técnicos são definidos por normas técnicas e de segurança, que orientam tanto a fabricação de seus componentes como sua instalação.
Os botijões são fabricados com chapas de aço, capazes de suportar altas pressões e segundo normas técnicas de segurança da Associação Brasileira de Normas Técnica (ABNT). O gás dentro dos botijões encontra-se no estado líquido e no de vapor. Do volume do botijão, 85% é de gás em fase líquida e 15% em fase de vapor, o que constitui um espaço de segurança que evita uma pressão elevada dentro do botijão.
Tipos de Recipientes Transportáveis
A escolha do tipo de recipiente e da estrutura das instalações depende do uso que se pretende dar ao GLP (Gás Liquefeito de Petróleo)
P-2 - As botijas de 2 kg (P-2) foram concebidas para operar sem regulador de pressão. São indicados para fogareiros de acampamentos, lampiões a gás e maçaricos para pequenas soldagens. A válvula de saída de gás é acionada por uma mola, que retoma automaticamente quando da desconexão.
P-13 Os botijões de 13 kg (P-13) são os recipientes de gás mais populares do país. São usados basicamente para cozinhar, tanto nas residências como em bares e lanchonetes de pequeno porte. A válvula de saída de gás também acionada por uma mola, que retorna automaticamente quando da desconexão, mas neste case existe uma válvula de segurança, o plugue-fusível. Ele é fabricado com uma liga metálica de bismuto que derrete quando a temperatura ambiente atinge 78°C.
P-20 O GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) também pode ser utilizado como combustível para motores de veículos empilhadeiras, que utilizam um recipiente especial de 20 kg (P-20), É o único vasilhame de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) que deve ser utilizado na horizontal, pois todo o seu sistema é planejado para funcionar nesta posição.
P-45 e P-90 Os botijões de 45 e 90 kg (P-45 e P-90) são indicados para as instalações centralizadas de gás que permitem maior versatilidade no uso do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo). Servem tanto para abastecer forno e fogão, como para o aquecimento de água e ambiente, refrigeração e iluminação. O P45 utilizado em residências, condomínios, restaurantes, lavanderias e indústrias ou para consumidores institucionais, como hospitais ou escolas. Os botijões de 90 kg são empregados pelo mesmo tipo de consumidores, mas de maior porte.
A válvula de passagem de gás nesses dois tipos de vasilhames é a de fechamento manual. Eles também são equipados com uma válvula de segurança que libera a passagem do gás sempre que houver um grande aumento de pressão no interior do recipiente devido ao aquecimento do ambiente (aprox. 78°C).
Baterias, são centrais de estocagem de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) com quatro ou mais recipientes de 45 ou 90 kg interligados e conectados a um coletor central. A ligação entre os vasilhames e o coletor é feita através do “pigtail”, uma pega de borracha sintética especial (Buna-N), resistente ao GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), com terminais em latão. Os Coletores, que conduzem o gás dos botijões, têm uma estrutura modular, o que permite a montagem de baterias de diferentes tamanhos. Em cada módulo do coletor, exceto o central, existe uma válvula de retenção, que impede a saída do gás para fora do módulo.
O Regulador de Pressão reduz a pressão do gás que se encontra dentro dos botijões para os níveis necessários aos aparelhos de queima. Também controla a vazão do gás, mantendo-a constante e nos níveis adequados ao funcionamento dos aparelhos. Existem, basicamente, três tipos de reguladores, que se diferenciam pela relação entre a pressão de entrada e a de saída; o regulador de 1° estágio reduz a pressão do vasilhame para uma pressão intermediária; o de 2° estágio completa essa redução até os níveis necessários ao funcionamento dos aparelhos. Nas baterias residenciais com P-45 e P-90 costumam-se usar reguladores de estágio único, que fazem a redução direta da pressão no interior dos vasilhames para a dos aparelhos de queima.
Acidentes mais Comuns
Válvula e mecanismo de segurança - Nos P-45 e P-90 a válvula é de fechamento manual e o mecanismo de segurança vem acoplado a válvula. Libera o gás para o ambiente quando há aumento muito grande da pressão no interior do vasilhame, o que ocorre se a temperatura ambiente supera 78ºC.
Válvula e mecanismo de segurança - Nos P-45 e P-90 a válvula é de fechamento manual e o mecanismo de segurança vem acoplado a válvula. Libera o gás para o ambiente quando há aumento muito grande da pressão no interior do vasilhame, o que ocorre se a temperatura ambiente supera 78ºC.
Válvula e Mecanismo de Segurança do P-13
Boiling Liquid-Expanding Vapor Explosion (bleve) Explosão de vapores expandidos de líquidos em ebulição
É a explosão (liberação súbita de pressão) de vapor em expansão de um líquido com temperatura superior a seu ponto de ebulição através da passagem de líquido para vapor. Neste processo de expansão, é gerada a energia que agride a estrutura do recipiente, projetando os fragmentos e ocasionando a rápida mistura do gás com o ar (que dá por resultado uma bola de fogo característica).
Proteção contra o bleve - Para proteger recipientes de explosões, deve-se resfriá-los com água, utilizando-se uma linha de proteção com jato d'água em forma de neblina, isolando o local de estranhos aos serviços de bombeiros e resfriando os recipientes de gases até que não seja mais necessário.
Cuidados com os recipientes - O maior número de ocorrências com botijões de 13 kg de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), são mais comuns nas residências e as causas mais prováveis de vazamentos, com e sem fogo, são: mangueira furada, diafragma da válvula furada, rosca da válvula mal fechada, plugue-fusível fundido e corrosão do botijão.
Cuidados diversos - O controle de vazamento sem fogo deve ser feito através da dispersão do gás, evitando o contato com pessoas e fontes de ignição e eliminando o vazamento (fechando o registro da válvula, usando o estanca gás, etc). O controle de vazamento com fogo deve ser feito através da diminuição da quantidade de calor produzido pelo fogo através de aplicação de nuvem de água.
Deve-se tomar precaução para evitar a conversão de um fogo em botijão para uma explosão provocada por gases acumulados após a extinção das chamas sem sanar o vazamento.
Vazamento na mangueira - Cortar a alimentação do logo fechando o registro; se não puder ser fechado, extinguir o fogo e rapidamente desconectar o cone-borboleta da válvula do botijão.
Vazamento no registro - Colocar o estágio na posição FECHADO; se não puder ser feito, apague o fogo e remova o registro do botijão.
Vazamento na válvula conectora ou de segurança - Extinguir as chamas e colocar o estangás; se não puder fazer isso, não extinguir a chama e resfriar as laterais até consumir todo o combustível.
Vazamento nas soldas (costuras) - Extinguir o fogo e levar o botijão para local ventilado e aberto; se não puder fazer isso, não extinguir a chama, resfriar as laterais até consumir todo o combustível.
Vazamento nas conexões - Fechar os registros individuais dos cilindros conectados na rede.
Vazamento em gás encanado - Isolar e evacuar o local, localizar o registro de rua e fechá-lo e acionar a COMGÁS (Companhia de Gás de São Paulo).
Procedimentos de Emergência
A viatura deve possuir no mínimo:
- Mangotinho;
- Estancador de gás (Estangás);
- jogo de chaves de fenda;
- Cabos (sisal e multi-uso);
- Aparelhos de comunicações (Hts)
- Anéis de vedação (ouringue) reservam para botijões;
- Lanternas antiexplosão;
- A guarnição deve, obrigatoriamente, utilizar EPI (Equipamento de Proteção Individual), sendo o EPR (Equipamento de Proteção Respiratória) opcional, a critério do Comandante das Operações no local.
Deslocamento para Incêndio em GLP (Gás Liquefeito de Petróleo)
Procedimentos normais, ressaltando que o Comandante da Guarnição deve inquirir o COBOM (Centro de Operações do Corpo de Bombeiros) sobre o maior número possível de informações sobre a ocorrência e o local.
Precauções ao Chegar no Local
Isolar a área de risco - Com exceção das pessoas autorizadas pelo Comandante das operações no local, afaste as pessoas para evitar acidentes e não atrapalhar os serviços de bombeiros.
Coletar o maior número de informações possíveis relativas a ocorrência de todas as fontes disponíveis (solicitante, COBOM (Centro de Operações do Corpo de Bombeiros), vizinhos, etc) e acionar apoio necessário.
Questionar o local exato da ocorrência, aspecto da edificação, fontes de ignição (eletricidade), quantidade e tipo de vítimas, descrição do material do local, vias de acesso, riscos iminentes e outras dúvidas que possam surgir.
Traçar um plano de ação levando em consideração os meios disponíveis e as condições do local, emitir decisões e ordens claras e precisas.
Manter a guarnição com o vento as costas em local aberto para aproximação de um fogo ou vazamento de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo). Se o local for confinado, faça ventilação forçada ou sature o ambiente com agentes extintores (CO², PQS ou água em forma de neblina).
Eliminar todas as fontes de ignição e gás externas e simultaneamente manter todas as pessoas fora da área da nuvem de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) iniciando esse procedimento logo que chegar ao local.
Entrar no local adotando procedimentos padrão de atendimento, apenas ressaltando que se a chave geral for do lado de fora da área gasada, deve ser desligada, mas se for do lado de dentro, não deve ser desligada para evitar faíscas; usar linha de proteção ao adentrar no local. Em locais confinados cuidado
com explosões ambientais, que podem ser evitadas ventilando o local (utilizar o ventilador/exaustor das viaturas introduzindo sua manga no ambiente, nunca usar eletrodomésticos) ou saturando o ambiente com um agente extintor (CO², PQS ou água em forma de neblina).
Explorar com cuidado as partes baixas do local (chão, porão) pois o gás tende a acumular-se nessas regiões; a vítima provavelmente estará intoxicada (eventualmente queimada) o que prioriza a remoção para local seguro e ventilado antes de qualquer outro procedimento de resgate.
Controle de Vazamento de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) com fogo
Cortar a fonte do gás (fechar o registro) dos recipientes e depois realizar a extinção.
Os extintores de CO² ou PQS são um meio eficaz para controlar pequenos incêndios. Dirija o agente extintor a base do fogo.
Controle do Fogo nos Diversos Tipos de Vazamento
Resfriar as paredes dos recipientes de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) que estiverem expostos ao calor radiante, suas paredes devem ser resfriadas com água em forma de neblina, visando evitar aumento de pressão interna e consequente explosão.
Manter distância das extremidades dos cilindros. Aplique água em forma de neblina em toda superfície exposta ao calor. Aproxime-se pelas laterais dos cilindros e proteja também do calor irradiado os cilindros próximos.
Se houver ruptura da válvula de alívio o gás liberado poderá incendiar-se. Aplique água sobre o recipiente, mas não apague as chamas, pois, senão, poderá ocorrer acúmulo de gases e posterior explosão.
Fechar as válvulas e registros para cortar o fluxo de gás. Nos casos em que não for possível fechar os registros, estrangule a tubulação (desde que seja de pequeno diâmetro ou de cobre).
Proceder continuamente a proteção de salvados, verificando se não sobraram para trás faces de incêndio escondidos no forro, atrás de móveis, etc; e nem vazamentos de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo).
Remover todo o material que não for atingido, principalmente recipientes inflamáveis para local seguro. Os cilindros devem ser mantidos em posição vertical o tempo todo.
Retirar todas as pessoas do local e amplie a área de isolamento se perceber o aumento de pressão interna do cilindro( aumenta o ruído da válvula de alívio ou aumenta o volume do fogo ).
Dispensar o gás na atmosfera, se não puder fechar o fluxo de gás, de modo que não atinja a concentração dentro da faixa de explosividade.
FONTE DE REFERÊNCIA
MEVP – MANUAL DE EMERGÊNCIAS EM VASOS PRESSURIZADOS
Direitos Autorais: Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo